Mais de 1 milhão de pessoas já foram infectadas por Covid-19
Europa já tem mais da metade das pessoas infectadas em todo o mundo
Pleno.News - 02/04/2020 17h50 | atualizado em 02/04/2020 17h51
O número de pessoas infectadas em todo o mundo pelo Sars-CoV-2 ultrapassou a marca de 1 milhão nesta quinta-feira (2), segundo levantamento da Universidade Johns Hopkins. A Europa já tem mais da metade das pessoas infectadas em todo o mundo, e os EUA são o país que tem mais casos sozinho: mais de 220 mil.
Os cinco países com mais casos são: EUA, Itália, Espanha, Alemanha e China.
Só na última semana, o número de mortos pela Covid-19 dobrou. A OMS (Organização Mundial da Saúde) disse temer uma escalada ainda maior da pandemia.
O número de casos diagnosticados, no entanto, reflete apenas uma parte do número total de infecções devido às diferentes políticas dos países para registrar os casos –alguns o fazem apenas com as pessoas em estado grave, como é o caso do Brasil.
Para comparação, a última pandemia, de gripe A (H1N1), popularmente conhecida como gripe suína, ocorreu de março de 2009 a agosto de 2010 e matou 18.449 pessoas em 214 países, segundo balanço da OMS.
A descoberta de um novo vírus na China foi comunicada à OMS no fim de dezembro de 2019. Desde então, 50 mil morreram em decorrência da Covid-19 –outra triste marca que foi batida nesta terça. Itália, Espanha e França são os países com mais mortes, e a China vem em seguida.
Só EUA, Itália e Espanha passaram dos 100 mil casos confirmados de Covid-19. Os EUA, porém, já somam mais de 200 mil infectados e mais de 5.000 mortes. Mesmo com as medidas de distanciamento, a Casa Branca já fala de 100 mil a 240 mil mortes em solo americano nos próximos meses.
Nos dois países europeus, ocorreram, respectivamente, mais de 13 mil e mais de 9.000 mortes. Os outros focos da doença na Europa são a Alemanha (mais de 84 mil casos e pouco mais de 1.000 mortes) e a França (mais de 59 mil infectados e mais de 4.000 mortes).
EUA, Itália e Espanha registraram mais de 800 pessoas mortas diariamente pela doença nos últimos dias. Preocupam também as curvam de contaminação e mortes na França e no Reino Unido.
Na China, onde o vírus se originou, pouco mais de 82 mil pessoas foram infectadas pelo novo coronavírus e cerca de 3.000 morreram. Com medidas dramáticas e sem precedentes de isolamento, os chineses parecem ter conseguido conter a transmissão comunitária da epidemia, mas agora lutam contra casos importados de infecção. Por isso, as autoridades chinesas continuam investindo em detecção e medidas restritivas.
Medidas de confinamento já afetam quase metade do planeta. Agências internacionais alertam que algumas partes do mundo podem enfrentar escassez de alimentos se as autoridades não enfrentarem a crise corretamente. As diferentes agências da ONU pediram na quarta-feira, em comunicado comum, mais solidariedade aos vizinhos mais vulneráveis, para evitar uma tragédia alimentar.
A escassez derivada da pandemia provocou protestos em alguns países mais pobres.
– Na Nigéria, quando você trabalha, já passa fome. Imagine quando não pode trabalhar – resumiu Samuel Agber, que trabalha com reparos de aparelhos de ar-condicionado.
Na Índia, a polícia mostrava nas redes sociais faces bem diferentes. De um lado, aparecia dançando nas ruas com capacetes representando o vírus. De outro, agentes eram vistos agredindo quem violasse o confinamento.
O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, pediu hoje desculpas pelos “excessos” policiais durante a aplicação do toque de recolher noturno. Já Serra Leoa, um dos países mais pobres do planeta, decretou três dias de confinamento, com a frágil esperança de conter o primeiro surto da epidemia.
Na América Latina, que já registrou mais de 500 mortes, vários países anunciaram a prorrogação das medidas, em uma tentativa de evitar o colapso de seus sistemas de saúde.
Ao mesmo tempo, os países ricos estão pressionados não apenas pelo vendaval sanitário mas também pela paralisação de suas economias.
– Nosso país enfrenta um desafio sem precedentes em sua história – declarou o presidente Donald Trump.
HISTÓRICO
No dia 31 de dezembro de 2019, as autoridades chinesas emitiram o primeiro alerta à OMS sobre uma série de casos de pneumonia de origem desconhecida na cidade de Wuhan.
Em 9 de janeiro, análises do vírus apontaram que a pneumonia era causada por um novo coronavírus (posteriormente batizado de Sars-CoV-2).
A primeira morte pelo novo vírus foi registrada 2 dias depois, 11 de janeiro. Passados mais dois dias, foi notificado o primeiro caso da doença fora do território chinês, na Tailândia. Uma mulher que voltava de Wuhan tinha um quadro de pneumonia leve.
O primeiro caso da doença nos EUA foi confirmado no dia 21 de janeiro, em Washington. No dia 20 do mesmo mês, cientistas confirmaram a transmissão de humano para humano.
Em entre os dia 23 e 24 de janeiro, Wuhan e outros locais da província de Hubei confinam 40 milhões de pessoas para tentar conter a epidemia e outros pontos da China tomavam medidas restritivas. Ao mesmo tempo, a OMS reconhecia a seriedade da crise no país asiático, mas considerava não se tratar ainda de uma emergência de saúde pública global, que só acabou sendo declarada em 30 de janeiro.
Durante o mês de fevereiro o vírus continua a se espalhar pelo mundo e acaba por atingir gravemente a Itália. No dia 22 daquele mês, a escalada de casos no norte do país levou ao isolamento de 50 mil pessoas.
As medidas restritivas italianas cresceram até a proibição de deslocamento pelo país, em 8 de março.
No dia 11, a OMS declarava pandemia da Covid-19. Dois dias depois, afirmava que a Europa era o novo centro da doença. O número de mortos na Itália já passava de mil.
Conforme a situação se agravada no país mediterrâneo, as quarentenas e medidas restritivas se ampliavam, com milhões de pessoas em confinamento.
Em 25 de fevereiro, o Brasil confirmou o primeiro caso da doença. Nesta quinta, o país já soma 6.836 casos confirmados e 241 mortos.
*Folhapress
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