Thamirys Andrade - 04/05/2022 10h51 | atualizado em 04/05/2022 11h36

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou sua visão acerca da guerra na Ucrânia durante entrevista à revista norte-americana Time. Na publicação, ele afirma que o conflito com a Rússia, que já deixou milhares de mortos, é da vontade do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. O petista ainda avaliou o chefe de Estado como sendo tão responsável pela guerra quanto o líder russo, Vladimir Putin.

– Ele [Zelensky] quis a guerra. Se ele [não] quisesse a guerra, ele teria negociado um pouco mais. É assim. Eu fiz uma crítica ao Putin quando estava na Cidade do México, dizendo que foi errado invadir. Mas eu acho que ninguém está procurando contribuir para ter paz. As pessoas estão estimulando o ódio contra o Putin. Isso não vai resolver! É preciso estimular um acordo. Mas há um estímulo [ao confronto]! – declarou Lula.

Na avaliação de Lula, Zelensky parece fazer parte de um “espetáculo” e não se preocupa devidamente com as negociações.

– Eu não conheço o presidente da Ucrânia. Agora, o comportamento dele é um comportamento um pouco esquisito, porque parece que ele faz parte de um espetáculo. Ou seja, ele aparece na televisão de manhã, de tarde, de noite, aparece no parlamento inglês, no parlamento alemão, no parlamento francês como se estivesse fazendo uma campanha. Era preciso que ele estivesse mais preocupado com a mesa de negociação. (…) Às vezes fico vendo o presidente da Ucrânia na televisão como se estivesse festejando, sendo aplaudido em pé por todos os parlamentos, sabe? Esse cara é tão responsável quanto o Putin. Ele é tão responsável quanto o Putin – enfatizou.

Para o ex-presidente, o líder ucraniano usa a guerra para se promover e se acha o “rei da cocada”.

– Você fica estimulando o cara [Zelensky], e ele fica se achando o máximo. Ele fica se achando o rei da cocada, quando na verdade deveriam ter tido uma conversa mais séria com ele: “Ô, cara, você é um bom artista, você é um bom comediante, mas não vamos fazer uma guerra para você aparecer”. E dizer para o Putin: “Ô, Putin, você tem muita arma, mas não precisa utilizar arma contra a Ucrânia. Vamos conversar!” – assinalou.

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