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Justiça acusa autoridades portuárias de negligência

Pleno.News - 05/08/2020 15h30 | atualizado em 05/08/2020 15h49

O governo do Líbano ordenou nesta quarta-feira (5) a prisão domiciliar de autoridades do porto de Beirute onde ocorreu uma megaexplosão na terça.

O governo suspeita que houve negligência por parte das autoridades responsáveis pelas operações de armazenamento e segurança do local.

A tragédia já registra ao menos 135 mortes e mais de 5.000 feridos. O número de vítimas deve aumentar, pois são feitas buscas em meio aos escombros e há suspeitas de que corpos foram lançados ao mar.

O governo atribuiu a tragédia ao armazenamento incorreto de 2.750 toneladas de nitrato de amônio, um fertilizante com alto poder explosivo.

Essa carga estava armazenada em um galpão junto ao porto há mais de seis anos. O material chegou ao Líbano em setembro de 2013, segundo dados oficiais obtidos pela Al Jazeera.

O material estava em um navio de propriedade russa que ia da Geórgia para Moçambique. A embarcação teve problemas técnicos e fez uma parada em Beirute.

Como o navio estava avariado, autoridades libanesas o impediram de seguir viagem. Com isso, os tripulantes abandonaram o barco e foram depois repatriados.

Eles deixaram o navio por medo de que pudesse haver uma explosão a bordo, dado o risco da carga transportada, segundo documentos obtidos pela Al Jazeera. O material então foi colocado em um armazém no porto.

Ao longo dos últimos anos, chefes da alfândega libanesa enviaram ao menos seis cartas à Justiça e a outras autoridades pedindo que fosse dado um destino ao material, mas não obtiveram respostas.

Houve sugestões para que o composto fosse vendido ou doado ao Exército. O nitrato de amônio é usado principalmente como fertilizante na agricultura. Também é utilizado para fabricar explosivos para mineração.

No entanto, ainda não se sabe o que teria detonado a explosão, e se foi um ato intencional ou um acidente.

O nitrato de amônio torna-se explosivo quando exposto a temperaturas acima de 300 graus. Imagens mostraram um foco de incêndio no local da tragédia, mas não está claro o que o causou.

O presidente Michel Aoun disse estar determinado a investigar e revelar o que aconteceu o mais rápido possível, assim como responsabilizar os culpados.

O governo anunciou também que Beirute ficará em estado de emergência por ao menos duas semanas.

Como a explosão danificou muitas casas e prédios, cerca de 300 mil pessoas ficaram desabrigadas. O prejuízo pode superar US$ 5 bilhões (R$ 26,4 bi), segundo o governador Marwan Abboud.

Diversos países, como Brasil, Estados Unidos, Reino Unido, França e Irã, ofereceram ajuda ao Líbano.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta quarta-feira (5) que o governo brasileiro fará “gesto concreto” para ajudar os libaneses.

– O Brasil vai fazer mais que um gesto, algo concreto para atender em parte aquelas pessoas que estão numa situação complicada – disse o presidente em seu discurso, em que também manifestou condolências à população libanesa.

O país atravessa sua pior crise econômica em décadas, marcada por depreciação monetária sem precedentes, hiperinflação, demissões em massa e restrições bancárias
drásticas, que alimentam há vários meses o descontentamento social.

De acordo com o Itamaraty, até agora não houve relatos de brasileiros mortos ou gravemente feridos. O Líbano tem uma grande comunidade com laços com o Brasil: há mais descendentes e parentes de libaneses em solo brasileiro (entre 7 e 10 milhões) do que libaneses no país de origem (7 milhões).

A fragata brasileira Independência, nau capitânia da Unifil (Força Interina das Nações Unidas no Líbano), com 200 marinheiros, não estava no porto na hora da explosão, mas no Mediterrâneo, patrulhando a região. Soldados de outro navio da Unifil, no entanto, ficaram gravemente feridos e levados a hospitais.

*Folhapress

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