Jornalista é preso por divulgar notícia falsa em Bangladesh
Nova norma que rege a imprensa pode dar até prisão perpétua a profissionais
Camille Dornelles - 02/01/2019 08h42 | atualizado em 02/01/2019 09h08

A polícia de Bangladesh deteve um jornalista que supostamente publicou informação falsa sobre as eleições deste domingo (30) no país. A prisão do repórter Hedayet Hossain Mollah, correspondente de dois jornais, aconteceu nesta quarta-feira (2).
A detenção aconteceu depois de um pedido expedido pelo chefe da Administração local, equivalente ao governo estadual.
– (Ele) deu informações falsas sobre as eleições, reportou que foram depositados 22.419 votos a mais do que o total de eleitores (na circunscrição de Khulna-1). Esta séria desinformação nos deixa em uma situação vergonhosa – detalhou o porta-voz da polícia de Bangladesh, Mahbubur Rahman.
Outro jornalista também é procurado acusado da mesma prática. Rashidul Islã, que trabalha para o Manabjamin, está foragido.
Ambos foram denunciados sob a controversa Lei de Segurança Digital, que prevê penas de prisão para quem publicar propaganda contra o Estado ou pela divulgação de rumores. Eles podem pegar até prisão perpétua, caso a notícia revele segredos de Estados ou “informações falsas ou distorcidas”.
A norma, ratificada em setembro, despertou fortes críticas entre os trabalhadores dos veículos de imprensa, que consideram que põe em perigo a liberdade de imprensa e de expressão.
A lei entrou em vigor apenas três meses antes das eleições gerais realizadas no domingo, nas quais a primeira-ministra Sheikh Hasina, da Liga Awami, foi reeleita para um terceiro mandato consecutivo.
*Com informações da Agência EFE
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