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IURD processa emissora que a acusou de tráfico de crianças

Justiça de Portugal disse que intensificou investigações contra a entidade religiosa

Gabriela Doria - 10/01/2018 18h11 | atualizado em 11/01/2018 09h55

A Igreja Universal do Reino de Deus emitiu nota oficial, nesta terça-feira (9), informando que entrará na Justiça contra a rede de televisão portuguesa TVI. Em uma série de reportagens investigativas, a emissora acusa a IURD e o bispo Edir Macedo de estarem envolvidos com o tráfico ilegal de crianças. Segundo a Universal, a TVI responderá “por mentir e promover o ódio religioso”.

A Igreja Universal do Reino de Deus é acusada de estar envolvida com o tráfico ilegal de crianças Foto: Reprodução Facebook

– Ao fim do ataque sórdido perpetrado ao longo de semanas pela TVI, emissora de televisão de Portugal criada por grupos ligados à Igreja Católica, fica a certeza de que a intenção era atingir a honra do bispo Edir Macedo e do corpo eclesiástico da Igreja Universal do Reino de Deus, promovendo o ódio religioso contra mais de 9 milhões de adeptos da Universal em todo o mundo – diz um trecho da nota.

A IURD classificou a série de reportagens como “sensacionalismo sem precedentes” e “aberração que nada tem de jornalismo”. A instituição justifica, dizendo que foram omitidas informações importantes sobre o caso.

– Por exemplo, a reportagem repete a mentira de que os pais não foram legalmente citados no processo judicial de adoção, quando consta nos autos que eles estavam, sim, informados – declarou a IURD.

A nota também ressaltou que as jornalistas não citaram as condições de vida das crianças adotadas.

– Também ocultaram que consta do processo judicial que os pais biológicos dos irmãos citados com destaque eram viciados em drogas e que abandonaram os filhos na casa de uma conhecida – afirmou a entidade religiosa.

A nota oficial foi divulgada dias depois de a Justiça de Portugal ter afirmado que estava reforçando as investigações sobre o caso de tráfico e adoção ilegal de crianças, que teria acontecido na década de 90.

Em comunicado oficial, o Conselho Superior de Magistratura de Portugal disse que “determinou a recolha de todos os elementos pertinentes para avaliar os procedimentos prévios às decisões judiciais e os procedimentos de interação dos tribunais com as instituições com responsabilidade no percurso de preparação das decisões”. Eles querem analisar as decisões dos juízes que estavam à frente dos processos de adoções na época.

O Ministério Público português também se manifestou por meio de nota e disse que “a matéria relacionada com o eventual encaminhamento irregular para adoção de crianças acolhidas num lar da Igreja Universal do Reino de Deus deu origem a um inquérito-crime”. Eles também afirmaram que o inquérito “reveste-se de uma natureza própria de uma auditoria e tem por objeto exatamente a atuação funcional do Ministério Público em todas as suas vertentes”.

A Igreja Universal do Reino de Deus é investigada por fazer parte de um esquema ilegal de adoção de crianças. Segundo a reportagem, na década de 90, um lar para crianças em Portugal, comandado pela IURD, funcionaria para retirar crianças de mães em situação de vulnerabilidade social e colocá-las ilegalmente para adoção. Inclusive, os netos do Bispo Edir Macedo teriam sido adotados ilegalmente, por meio do abrigo, diz a reportagem.

Leia a nota da IURD na íntegra

Ao fim do ataque sórdido perpetrado ao longo de semanas pela TVI, emissora de televisão de Portugal criada por grupos ligados à Igreja Católica, fica a certeza de que a intenção era atingir a honra do Bispo Edir Macedo e do corpo eclesiástico da Igreja Universal do Reino de Deus, promovendo o ódio religioso contra mais de 9 milhões de adeptos da Universal em todo o mundo.

Manipulação de entrevistas, mentiras, ocultação de provas, exploração de mães fragilizadas e atormentadas pela perda judicial da guarda de seus filhos embaladas em um sensacionalismo sem precedentes, produziram uma aberração que nada tem de jornalismo.

Por exemplo, a reportagem repete a mentira de que os pais não foram legalmente citados no processo judicial de adoção, quando consta nos autos que eles estavam, sim, informados.

As jornalistas da TVI também esconderam dos telespectadores que enquanto as crianças viveram com os pais biológicos, estavam desnutridas, doentes e moravam em uma casa sem móveis, suja, sem eletricidade e inabitável.

Também ocultaram que consta do processo judicial que os pais biológicos dos irmãos citados com destaque eram viciados em drogas e que abandonaram os filhos na casa de uma conhecida.

Em mais uma mentira, a reportagem também afirmou que os irmãos viajaram aos Estados Unidos ilegalmente, quando, na verdade, saíram de Portugal com autorização judicial que consta do processo.

Todas estas informações estão em documentos dos processos judiciais que tramitaram no Tribunal de Família e Menores de Lisboa.

A Igreja Universal e as pessoas injuriadas, difamadas e caluniadas pelas reportagens da TVI tomarão todas as medidas judiciais – nas esferas cível e criminal – a fim de que a Justiça venha dar a devida punição por essas imputações falsas, criminosas que desabonam a honra dos citados.

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