Itália registra primeira morte após ‘Lei do Fim da Vida’
Mulher com esclerose optou pelo desligamento dos próprios aparelhos
Gabriela Doria - 05/02/2018 20h02 | atualizado em 05/02/2018 20h03
A Itália registrou a primeira morte de uma paciente que optou por desligar os próprios aparelhos que a mantinham viva. Baseada na Lei do Fim da Vida, Patrizia Cocco, de 49 anos, que tinha esclerose lateral amiotrófica (ELA), pediu para desligarem a ventilação mecânica que a fazia respirar. O óbito aconteceu no último sábado (3), em um hospital da Sardenha.
A morte de Patrizia foi acompanhada de sua mãe e seus familiares.
– Foi uma escolha de Patrizia, muito lúcida e corajosa – disse o advogado e primo da mulher, Sebastian Cocco.
A polêmica Lei do Fim da Vida foi aprovada no final do ano passado pelo parlamento italiano. A lei regula o chamado biotestamento, espécie de documento em que o paciente abre mão dos tratamentos indicados pelos médicos, incluindo os paliativos, cuja função não é curar e sim oferecer qualidade de vida.
– A nova lei permite aos médicos darem uma imediata execução da vontade do paciente, sem precisar se dirigir a um juiz, como acontecia antes. Assim, Patrizia pôde fazer sua escolha – acrescentou o primo da moça.
Diferentemente da eutanásia, que é a interrupção deliberada da vida, o biotestamento é um desejo do paciente que, previamente, opta por não receber nenhum tratamento.