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Israel: Boca de urna aponta vitória de Netanyahu

Ele foi o mais votado nas eleições realizadas em Israel nesta segunda-feira

Pleno.News - 02/03/2020 17h32 | atualizado em 02/03/2020 18h34

Boca de urna aponta vitória de Benjamin Netanyahu Foto: EFE/Abir Sultan

O partido Likud, do premiê Benjamin Netanyahu, foi o mais votado nas eleições realizadas em Israel nesta segunda-feira (2): a legenda conseguiu 37 cadeiras, contra 33 do Azul e Branco, principal legenda rival, segundo pesquisas de boca de urna divulgadas pelos canais de TV 12 e 13.

Ao considerar os votos obtidos pelos partidos que apoiam Netanyahu, o premiê teria o apoio de 60 assentos, e faltaria apenas um para conseguir a maioria e, assim, formar governo. O bloco de centro-esquerda e árabes somaria 54.

Os números apontam um avanço de Netanyahu em relação à última votação em setembro, quando o Likud teve 32 assentos e o Azul e Branco, 33.

Os locais de votação ficaram abertos entre 7h (2h em Brasília) e 22h (17h). Mais de 6 milhões estavam aptos a votar, e o comparecimento foi o mais alto desde 1999. Até 20h (15h em Brasília), 65,5% dos eleitores haviam participado, 1,8 ponto percentual a mais do que na votação de setembro.

Havia temores de que a epidemia do novo coronavírus pudesse desmotivar os eleitores a irem votar, mas isso aparentemente não ocorreu. O país registrou dez casos da doença.

Ao sair do local de votação, Netanyahu disse que este era um dia de orgulho e convocou os cidadãos a irem às urnas.

– Espero que hoje seja o dia de mudar, acabar com a difamação e com as mentiras – declarou Benny Gantz, 60, líder do partido Azul e Branco, depois de votar na cidade de Rosh Haayin, em uma crítica a Netanyahu. O Likud foi multado em cerca de 7.500 shekels (R$ 9,660) por espalhar um vídeo adulterado de Gantz.

Israel teve duas eleições em 2019, em abril e em setembro. Nas duas ocasiões, Netanyahu e Gantz tentaram formar governo, mas não conseguiram um acordo entre eles nem com outros partidos. Um dos entraves foi que Netanyahu se recusou a abrir mão da liderança do Likud e, por consequência, do cargo de premiê.

Nos últimos meses, o processo que investiga o atual primeiro-ministro por corrupção avançou: ele foi indiciado oficialmente pelas acusações de fraude, abuso de poder e quebra de confiança em três casos diferentes. O julgamento está marcado para começar em 17 de março.

A investigação seguirá mesmo que Netanyahu consiga renovar o mandato. Para obter imunidade, ele precisa de aprovação do Parlamento. Houve uma tentativa em janeiro, mas o premiê desistiu do pedido pouco antes da sessão que debateria o caso. Ele poderá tentar de novo se conseguir ampliar sua base de apoio após a votação desta segunda.

Netanyahu tem o apoio dos partidos judaicos ultraortodoxos Shas, Judaísmo Unido da Torá e da lista Yamina (direita radical), do atual ministro da Defesa, Naftali Bennett.

O Azul e Branco tem o apoio dos partidos de centro-esquerda que se uniram em apenas uma lista e poderia receber o respaldo da Lista Unida, que agrega legendas árabes israelenses, grupo que surpreendeu em setembro e se tornou a terceira força do Knesset, o Parlamento de Israel.

A Lista Unida tenta se beneficiar da frustração entre a minoria árabe israelense (20% da população) com o plano apresentado pelos Estados Unidos para solucionar o conflito israelense-palestino, um projeto aplaudido por Israel e rejeitado pelos palestinos.

A proposta do presidente Donald Trump prevê a conversão de Jerusalém na capital indivisível de Israel e a transferência do controle de uma dezena de vilarejos e localidades árabes israelenses a um futuro Estado palestino.

Netanyahu centrou a campanha no plano de Trump, prometendo a rápida anexação do vale do Jordão e de colônias israelenses na Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel em 1967, como contempla o projeto americano.

Gantz, que também apoia o projeto americano, baseou a campanha nos problemas judiciais do primeiro-ministro, no poder há 11 anos consecutivos (14, se somados três anos em que governou o país durante a década de 1990).

Neste contexto, o partido Israel Nossa Casa, que não simpatiza com nenhum dos grandes blocos, pode ser o fiel da balança. Seu líder, Avigdor Lieberman, é um nacionalista laico hostil aos partidos árabes e judeus ortodoxos.

Ele deve conquistar entre seis e setes cobiçadas cadeiras, mas, como das duas vezes anteriores, não se comprometeu nem com direitistas nem com esquerdistas.

Lieberman até se identifica com a direita quando se trata de diplomacia e relacionamento com os palestinos. Mas está mais próximo da esquerda progressista sobre a separação entre religião e Estado.

*Folhapress

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