Índia decide fechar fronteira e culpa Paquistão por atentado
Situação entre os países está estremecida após homens armados matarem 26 turistas na Caxemira
Pleno.News - 24/04/2025 10h08 | atualizado em 24/04/2025 13h21

Um dia após homens armados matarem 26 turistas na Caxemira, o governo da Índia apontou o dedo nesta quarta-feira (23) para seu arqui-inimigo, o Paquistão, com o anúncio de uma série de ações punitivas e insinuou retaliações militares.
A Índia não culpou oficialmente nenhum grupo pelo massacre, no qual todos os mortos, exceto um, eram cidadãos indianos. Mas descreveu as medidas anunciadas nesta quarta como uma resposta ao apoio do Paquistão a ataques terroristas em solo indiano.
O governo indiano suspendeu sua participação em um importante tratado sobre águas da década de 60, que regula o fluxo dos rios dos quais depende o sistema de irrigação do Paquistão. Além disso, a Índia fechou uma importante fronteira terrestre entre os dois países e rebaixou as relações diplomáticas, com a expulsão de conselheiros militares paquistaneses de Nova Déli.
A decisão foi tomada em uma reunião de gabinete presidida pelo primeiro-ministro, Narendra Modi, enquanto os caixões dos civis assassinados no Vale da Caxemira começavam a chegar em suas cidades, em cenas emocionantes por todo o país. O premiê foi informado sobre “as ligações transfronteiriças do ataque terrorista”, disse o chanceler, Vikram Misri, sem dar detalhes.
Horas antes, na primeira reação pública do governo indiano, o ministro da Defesa, Rajnath Singh, afirmou que o país tinha “uma política de tolerância zero em relação ao terrorismo” e insinuou a possibilidade de ataques militares.
– Não iremos atrás apenas dos autores deste ato, mas também daqueles que, nos bastidores, elaboraram essa conspiração – disse.
PAQUISTÃO FALA EM “ATO DE GUERRA”
Já o governo do Paquistão advertiu à Índia nesta quinta (24) que qualquer tentativa de desviar ou cortar o fluxo de água após a suspensão do Tratado das Águas do Rio Indo – anunciada por Nova Déli em meio a uma escalada diplomática – será vista como “um ato de guerra”.
– Qualquer tentativa de interromper ou desviar o fluxo de água pertencente ao Paquistão sob o Tratado das Águas do Indo, ou a usurpação dos direitos dos estados ribeirinhos inferiores, será considerada um ato de guerra e será respondida com força total – afirmou o governo paquistanês após uma reunião do Comitê de Segurança Nacional (NSC), presidido pelo primeiro-ministro Shehbaz Sharif.
As tensões entre as duas nações vizinhas, ambas potências nucleares, aumentaram após o ataque terrorista da última terça. O Tratado das Águas do Indo, assinado em 1960 e negociado com a mediação do Banco Mundial, tem sido uma estrutura legal crucial para a gestão dos recursos hídricos compartilhados entre a Índia e o Paquistão por mais de seis décadas.
O pacto se refere às águas dos rios do leste (Ravi, Beas e Sutlej) principalmente para a Índia, enquanto o Paquistão tem direitos sobre os rios do oeste (Indo, Jhelum e Chenab). Em particular, o tratado é considerado mais benéfico para o Paquistão, dando-lhe acesso a aproximadamente 80% do fluxo total.
A decisão da Índia de suspender o tratado até que o Paquistão “renuncie de forma crível e irrevogável ao seu apoio ao terrorismo transfronteiriço” ameaça ter implicações severas, especialmente para o setor agrícola do Paquistão, que depende muito do sistema do Rio Indo para irrigação.
*Com informações AE e EFE
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