Igreja pagará R$ 2,8 milhões a vítima de padre pedófilo
Ele é acusado de abusar de mais de 60 crianças
Gabriela Doria - 27/09/2019 14h22 | atualizado em 27/09/2019 14h25

A Igreja Católica da Austrália pagará 1 milhão de dólares australianos (cerca de R$ 2,8 milhões) a uma das pessoas violentadas pelo padre pedófilo Gerald Ridsdale. A indenização faz parte de um acordo entre as partes.
O religioso, que abusou de mais de 60 menores durante três décadas, permanece em prisão após ter sido condenado por vários casos de pedofilia.
A representante legal do denunciante, Judy Courtin, confirmou à emissora pública australiana ABC que a Igreja Católica e o seu cliente fecharam um acordo na véspera, antes que o caso chegasse ao Supremo Tribunal de Victoria.
Courtin afirmou que o acordo poderia abrir a porta a centenas de reivindicações de compensação apresentada por outras vítimas do pedófilo.
– O que é realmente importante é que finalmente obtivemos uma prestação de contas adequada e uma forma de justiça apropriada para o nosso cliente – declarou a advogada.
Preso desde 1994, Ridsdale se declarou culpado de pelo menos cinco processos judiciais por abusar de menores entre 1961 e 1988, enquanto era sacerdote no sul da Austrália. No começo deste mês, a Igreja Católica admitiu em documentos judiciais pela primeira vez ter tido conhecimento das queixas contra o pedófilo.
A investigação sobre os crimes de abusos sexuais contra menores cometidos no seio da Igreja australiana revelou que Ridsdale fazia parte de uma rede de pedofilia em Ballarat, também no estado de Victoria, nos anos 70.
Também faziam parte da rede o diretor do colégio Saint Alipius, Robert Best, e os sacerdotes Edward Dowlan, Stephen Farrel e Gerald Fitzgerald. Os três primeiros foram condenados por pedofilia, enquanto o último morreu em 1987, quando ainda era investigado.
Ridsdale viveu nos anos 70 em um seminário com o cardeal George Pell, ex-tesoureiro do Vaticano condenado em março a seis anos de prisão por cinco acusações de abusos sexuais a menores. Os crimes foram cometidos contra dois meninos em Melbourne nos anos de 1996 e 1997.
*Com informações da agência EFE
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