Igreja e Prefeitura de Roma brigam por moedas de fonte
Para autoridades, dinheiro que era destinado aos pobres deve passar para cofres da cidade
Ana Luiza Menezes - 14/01/2019 19h10 | atualizado em 15/01/2019 15h37

Em Roma, na Itália, uma disputa entre a prefeitura e a Igreja Católica discute sobre os novos rumos das moedas que são, diariamente, jogadas na Fontana di Trevi. Todos os anos, pelo menos 1,5 milhão de euros (R$ 6 milhões) são retirados do famoso ponto turístico da cidade.
Como parte de uma tradição local, a quantia é doada para uma instituição de caridade católica, que ajuda pessoas desabrigadas. Mas, agora, a prefeita de Roma, Virginia Raggi, solicitou que o valor seja repassado para investimentos de infraestrutura.
O posicionamento de Raggi surpreendeu as autoridades católicas. Em entrevista a um jornal religioso, o padre Benoni Ambarus, que dirige a organização Caritas, disse esperar que a decisão da prefeitura não seja definitiva.
A Caritas alega que o fim da doação atingirá as pessoas carentes que têm sido ajudadas. Porém, a nova medida já foi aprovada pelos vereadores locais e deve começar a valer em abril.
Nas redes sociais, muitas pessoas pediram que a prefeitura reconsidere. Além disso, a popularidade de Virginia, que foi eleita em 2016, tem caído cada vez mais por ela não ter conseguido resolver problemas de dívida da cidade, entre outras situações.
A fonte em questão existe há quase 300 anos e recebe milhões de visitantes anualmente. A tradição de fazer um pedido e jogar moeda no local se tornou conhecida após o filme A Fonte dos Desejos, de 1954. Desde então, a área já foi destaque em várias produções cinematográficas.
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