Ícone do rock russo é multado por criticar presidente Putin
Cantor Yuri Shevchuk lamentou mortes na guerra causadas por "planos napoleônicos do nosso César"
Gabriel Mansur - 16/08/2022 16h17 | atualizado em 16/08/2022 16h42
Nome renomado do rock russo, o cantor Yuri Shevchuk foi condenado pela Justiça, nesta terça-feira (16), a pagar uma multa de 50 mil rublos (cerca de R$ 4.123 ) por ter criticado a ofensiva da Rússia no conflito contra a Ucrânia.
Yuri também contestou a atuação do presidente Vladimir Putin na guerra. Os comentários contrários ao governo foram dados durante um show.
– Estamos matando pessoas na Ucrânia, por quê? Nossos jovens estão morrendo na Ucrânia, por quê? – disse em 18 de maio, ao seu público em Ufa, o cantor de 65 anos, que lamentou que “os jovens da Ucrânia e da Rússia” morram “por causa dos planos napoleônicos do nosso César”.
Um tribunal de Ufa (centro da Rússia) declarou o cantor culpado de “ação pública destinada a desacreditar o uso das Forças Armadas russas”, informou o serviço de imprensa da instância judicial em comunicado.
A punição poderia ter sido maior, pois ainda que tenha sido multado, o Código Penal russo prevê até cinco anos de prisão para esse tipo de crime em caso de reincidência e circunstâncias agravantes. O cantor, entretanto, faltou ao julgamento devido a uma quarentena relacionada ao coronavírus.
Líder do grupo de rock DDT, muito famoso na dissolvida URSS, Shevchuk denuncia há anos a influência de Putin, tendo chegado a questioná-lo em 2010 em uma reunião exibida pela televisão.
Também foi um dos líderes de um amplo movimento de protesto na Rússia em 2011-2012, que foi reprimido pelo Kremlin.
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