Leia também:
X Ex-ministro coreano é preso por tentativa de impor lei marcial

HTS: Grupo que liderou derrota de Assad é dissidente da Al-Qaeda

Hayat Tahrir al-Sham é chefiado pelo comandante militar Abu Mohammad al-Jolani

Thamirys Andrade - 08/12/2024 12h24 | atualizado em 20/01/2025 19h45

Abu Mohammad al-Jolani Foto: Frame de vídeo / YouTube / Al Jazeera English

Após 24 anos no poder, o ditador da Síria, Bashar al-Assad, foi derrotado por uma insurreição que se levantou no fim de novembro e que, em cerca de duas semanas, foi capaz de tomar diversas cidades-chave do país, chegando finalmente à capital Damasco, quando a queda do regime se concretizou. Mas afinal de contas, quem são os responsáveis por destituir o governo da família Assad, que se perpetuava há mais de 50 anos?

Os rebeldes que se levantaram contra Bashar al-Assad são provenientes de diferentes grupos, no entanto, o principal deles é o Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que em português é conhecido como Organização para a Libertação do Levante. A facção, que é considerada terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia, é dissidente da Al-Qaeda.

O fundador do HTS chama-se Abu Mohammed al-Golani, e iniciou sua trajetória como lutador juntando-se à Al-Qaeda na guerra contra os EUA no Iraque. Al-Golani retornou à Síria durante a guerra civil no país, criando a afiliada da Al-Qaeda na nação síria, Jabhat Al Nusra.

De acordo com os EUA, o grupo terrorista incumbiu a Jabhat Al Nusra de derrubar o governo de Assad e criar um novo regime com base na lei islâmica sharia. A Nusra foi considerada terrorista em 2013 pelo país norte-americano, que acusou o grupo de ataques suicidas e mortes de civis.

Com o passar do tempo, Nusra se tornou a mais poderosa facção a rivalizar com Assad. Entretanto, ela resolveu romper seus laços com a Al-Qaeda em 2016 devido a diferenças ideológicas.

A partir daí, o grupo passou a se chamar Hayat Tahrir Al-Sham (HTS), como conhecemos hoje. Embora al-Golani tenha tentado se desvincular de suas origens na Al-Qaeda, seu novo grupo também foi designado como terrorista pelos EUA em 2018. O país ainda pôs uma recompensa por al-Golani no valor de 10 milhões de dólares (R$ 61 milhões).

Apesar de ter sido a principal força de oposição a Assad, a coligação que derrubou o ditador neste domingo (8) é também formada por outros grupos islâmicos e moderados que resolveram deixar as diferenças de lado para derrotar o governo.

Entre esses grupos estão o Exército Nacional Sírio (SNA), integrado por outras dezenas de movimentos rebeldes que receberam apoio financeiro e armas da Turquia. A Frente de Libertação Nacional foi outra que esteve presente na luta contra Assad.

Agora que o regime foi deposto, resta saber que tipo de governo o substituirá. O HTS defende que seja estabelecido um regime islâmico, enquanto há outros que querem uma administração secular. Até os próximos passos serem estabelecidos, as instituições sírias ficarão sobre a supervisão do atual primeiro-ministro do país, Mohammad Ghazi al-Jalali.

Leia também1 Governo da família Assad cai na Síria após 50 anos no poder
2 Fuga: Veja o que se sabe sobre o paradeiro de Bashar al-Assad
3 Ex-ministro coreano é preso por tentativa de impor lei marcial
4 Nikolas Ferreira comenta queda de Bashar al-Assad na Síria
5 Trump: Enfraquecida por Ucrânia e Israel, Rússia abandonou Assad

Siga-nos nas nossas redes!
WhatsApp
Entre e receba as notícias do dia
Entrar no Canal
Telegram Entre e receba as notícias do dia Entrar no Grupo
O autor da mensagem, e não o Pleno.News, é o responsável pelo comentário.