Hospital nega transplante de rim a paciente e doadora sem vacina
A mulher afirmou que se sentiu "coagida" a tomar a vacina
Gabriela Doria - 07/10/2021 14h35 | atualizado em 07/10/2021 16h02

Um hospital do estado do Colorado, nos Estados Unidos, recusou-se a realizar um transplante de rim em uma paciente em estágio crítico por insuficiência renal porque ela e a sua doadora não haviam se imunizado contra a Covid-19.
Em um carta enviada a Leilani Lutatli, de 56 anos, o hospital da Universidade do Colorado, a UCHealth, afirmou que ela só poderia receber o rim de Jaimee Fougner, de 45 anos, se as duas tivessem tomado a vacina contra o coronavírus.
A paciente fez um desabafo ao canal local Denver7.
– Eu me sinto coagida. Sinto que minha vida está nas mãos deles em troca de uma vacina – disse Leilani à emissora.
A doadora do rim também se mostrou indignada com a postura do hospital.
– Aqui estou, disposta a ser uma doadora direta para ela. Isso não afeta nenhum outro paciente na lista de transplantes. Como posso sentar aqui e permitir que eles matem minha amiga se tenho um rim perfeitamente bom e posso salvar a vida dela? – questionou Jaimee à rede CBS.
Em sua defesa, a UCHealth alegou que a maioria dos transplantados e doadores deve estar imunizado, para evitar a rejeição dos órgãos.
FÉ E VACINA
Leilani e Jaime se conheceram no final do ano passado, em um grupo de estudo da Bíblia Sagrada. Meses depois, Jaime decidiu doar seu rim para salvar a amiga.
Segundo Jaime, ela não tomou a vacina contra a Covid-19 por motivos religiosos. Já Leilani afirma ainda ter muitas dúvidas sobre o imunizante.
– No final de agosto, eles [do hospital] confirmaram que não havia necessidade da vacinação naquela época – lembrou Leilani, dizendo ainda que só foi informada do contrário no último dia 28.
Na carta enviada à paciente, o UCHealth afirmou que ela seria colocada em uma lista de espera por “não estar em conformidade, por não ter recebido a vacina contra a Covid-19”. A unidade de saúde ainda deu um prazo de 30 dias para que ela se vacinasse, sob a ameaça de ser retirada da lista de espera.
– Eu disse que vou ter que assinar um termo médico. Tenho que assinar o termo de qualquer maneira para fazer o transplante, liberando-os de qualquer coisa que possa dar errado. É uma cirurgia, é invasiva. Eu assino um termo de responsabilidade pela minha vida. Não sei por que não posso assinar um termo de renúncia para a vacina – sugeriu ela.
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