Marcos Melo - 22/12/2022 17h49 | atualizado em 22/12/2022 18h12

Em razão de diversas cirurgias descabidas, um paciente teve o pênis removido. O caso aconteceu no Hospital Universitário de Nantes, oeste da França. A justiça francesa entendeu que o hospital foi totalmente culpado e o condenou a pagar uma indenização no valor de 61 mil euros, o equivalente a R$ 336 mil.

Com diagnóstico equivocado, o homem (que optou por não revelar sua identidade) estaria com carcinoma avançado no pênis, uma patologia que acomete os tecidos epiteliais do órgão. O resultado da avaliação saiu em 2014, quando ele tinha 30 anos. Até o ano de 2017, o paciente foi submetido a diversos procedimentos cirúrgicos a fim de reparar uma doença que na verdade nunca existiu. O resultado dessa sequência de erros foi a remoção completa do pênis.

Numa entrevista à Rádio France Bleu Loire Océan, o homem afirmou ter ódio do médico que o ignorou e “jogou roleta-russa” com ele, termo utilizado para evidenciar a ausência de perícia sobre aquilo que está realizando.

A decisão decretada pela Justiça desagradou e muito o paciente. Ele ingressou com pedido indenizatório pleiteando 976 mil euros (aproximadamente R$ 5,3 milhões) e recebeu um valor muito distante daquele que pediu. Na interpretação do tribunal, é de direito os seguintes valores: 16 mil euros por prejuízo funcional permanente, 12 mil euros por sofrimento do paciente, e 31 mil euros por dano sexual.

– Não sinto mais nada. Não podemos substituir a sensação do pênis por vários sensores – desabafou o homem.

A defesa do paciente, feita pelo advogado Georges Parastati, relatou à agência AFP que o seu cliente foi submetido a duas mortes. A psicológica, por negligência médica, e a outra pelo degradante resultado do julgamento.

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