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Homem é agredido por orar em prisão no Paquistão

Jovem de 25 anos foi preso sob acusação de blasfêmia

Ana Luiza Menezes - 06/07/2018 16h49

Jovem cristão foi espancado porque orou em prisão do Paquistão Foto: Pixabay

Um cristão de 25 anos, portador de deficiência mental, que está preso no Paquistão sob acusação de blasfêmia, foi espancado por seus companheiros de prisão porque estava orando, segundo o grupo norte-americano International Christian Concern (ICC).

O jovem, chamado Yaqoob Bashir, que é da área de Mirpurkhas, na província de Sindh, está preso desde 2015, após um líder muçulmano acusá-lo de queimar páginas de um livreto com versos do Alcorão.

Bashir estava orando por uma audiência.

A camisa e o rosto dele estavam cobertos de sangue por causa dos ferimentos no rosto, nos olhos, no queixo e na cabeça quando apareceu no tribunal no último final de semana, informou a ICC.

Quando o juiz perguntou sobre os ferimentos, Bashir narrou o incidente. O juiz ordenou que Bashir fosse transferido para uma cela separada e também convocou os prisioneiros para testemunhar sobre a agressão.

– É triste ouvir que os cristãos não estão seguros nem sob custódia policial. É dever do estado assegurar a proteção de todos os cidadãos. Se um jovem cristão está enfrentando violência e tortura na prisão, então só podemos imaginar os novos graus de perseguição – disse o bispo Samson Shukardin, da Diocese de Hyderabad.

Shukardin afirmou que a vida de Bashir continua em perigo.

O gerente regional da ICC, William Stark, declarou que é perturbador ver que as autoridades prisionais permitiriam que outros prisioneiros atacassem e ferissem Yaqoob por meramente exercer seus direitos de liberdade religiosa.

As leis de blasfêmia do Paquistão, que estão incorporadas nas Seções 295 e 298 do Código Penal do Paquistão, acarretam pena de morte.

Também não há nenhuma previsão para punir um falso acusador ou uma falsa testemunha de blasfêmia.

Em 2011, Salmaan Taseer, um empresário e político paquistanês que serviu como governador da província de Punjab, foi assassinado por seu próprio guarda-costas depois de criticar publicamente as leis de blasfêmia do país, referindo-se ao caso de Asia Bibi, mãe cristã de cinco filhos.

Na ocasião, ele foi condenado à morte, em 2010, por acusações de blasfêmia. No mesmo período, o então ministro das minorias, Shahbaz Bhatti, que era cristão, também foi morto supostamente porque disse que Bibi deveria receber perdão.

Alegações de blasfêmia muitas vezes derivam do desejo de vingança ou pequenas disputas pessoais, segundo o Centro de Assistência Legal de Auxílio e Assentamento do Paquistão (CLAAS).

Em 2015, Katrina Lantos Swett, então presidente da Comissão de Liberdade Religiosa Internacional dos Estados Unidos, e sua colega, a comissária Mary Ann Glendon, divulgaram um relatório após sua visita ao Paquistão.

– Há uma crescente onda de perseguição religiosa por parte do Estado e por militantes. A comissão está ciente de quase 40 pessoas no corredor da morte ou cumprindo penas de prisão perpétua por blasfêmia, uma estatística incomparável no mundo. A lei promove a violência contra minorias religiosas, como cristãos, hindus e ahmadis – relataram.

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