Herdeira milionária recua e diz que não negará fortuna
Marlene Engelhorn afirma que aceitará o valor, mas que buscará redirecionar 90% dele
Thamirys Andrade - 01/09/2022 13h49 | atualizado em 01/09/2022 15h35
Herdeira dos fundadores da multinacional química Basf, a austríaca Marlene Engelhorn, de 30 anos, repercutiu na imprensa internacional no último mês ao dizer que pretendia rejeitar 90% de sua fortuna. Contudo, a estudante de Literatura voltou atrás, afirmando que irá aceitar todo o valor. Ela justifica que planeja redirecionar 90% da quantia em vez de negá-la.
Além disso, Engelhorn relatou que o montante de sua fortuna é menor do que o divulgado. Segundo ela, a herança não seria de 4,2 bilhões de euros (cerca de R$ 21,9 bilhões), mas está na casa dos milhões de euros.
– Herdarei uma soma de dois dígitos em milhões de euros, e não rejeito esse dinheiro. Quero poder distribuir pelo menos 90%, idealmente através de impostos. Se não, buscarei minhas próprias maneiras de fazê-lo – assinalou Marlene ao jornal espanhol Ara.
A estudante atualmente dirige uma Organização Não Governamental (ONG) que tem como foco a campanha Tax Me Now, que busca taxar mais milionários pelo mundo.
Em entrevista ao jornal Der Standard, Marlene havia dito que não iria aceitaria todo o valor, pois não havia feito nada para receber tal dinheiro.
– Quando o anúncio foi feito, eu percebi que não poderia ser realmente feliz. Pensei comigo mesma: “Algo está errado (…). Essa não é uma questão de querer, mas uma questão de justiça. Eu não fiz nada para receber esta herança. Foi pura sorte na loteria do nascimento. Uma coincidência” – pontuou.
À época, ela também criticou os atos de caridade por parte dos super-ricos. Para ela, trata-se de “neofeudalismo disfarçado de caridade”, pois mesmo que eles façam doações, ainda podem decidir o destino das quantias.
– A sociedade não tem que contar com o fato de que os milionários vão ser benevolentes. Troco ideias com outras pessoas, aprendendo o máximo que eu posso para ver o que funciona e o que não funciona. Para mim, o comprometimento com a justiça de impostos é muito importante, porque isso é o que determina como a riqueza vai ser distribuída – argumentou.
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