Guia nega abandono de Juliana na Indonésia: “Esperei à frente”
Família foi informada de que guia seguiu com o restante do grupo e deixou brasileira para trás
Thamirys Andrade - 23/06/2025 11h03 | atualizado em 23/06/2025 11h28

Ali Musthofa, guia que acompanhava Juliana Marins pela trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, negou que tenha abandonado a jovem pouco antes dela sofrer uma queda em um desfiladeiro. Em contato com o jornal O Globo, ele confirmou que disse à brasileira para descansar um pouco e combinou de esperá-la “três minutos” à frente.
– Na verdade, eu não a deixei, mas esperei três minutos na frente dela. Depois de uns 15 ou 30 minutos, a Juliana não apareceu. Procurei por ela no último local de descanso, mas não a encontrei. Eu disse que a esperaria à frente. Eu disse para ela descansar. Percebi [que ela havia caído] quando vi a luz de uma lanterna em um barranco a uns 150 metros de profundidade e ouvi a voz da Juliana pedindo socorro – descreveu.
Na sequência, Musthofa relatou quais foram as atitudes que tomou ao descobrir que Juliana havia sofrido a queda.
– Eu disse que iria ajudá-la. Tentei desesperadamente dizer a Juliana para esperar por ajuda. Liguei para a organização onde trabalho, pois não era possível ajudar a uma profundidade de cerca de 150 metros sem equipamentos de segurança. Eles deram informações sobre a queda de Juliana para a equipe de resgate e, após a equipe ter conhecimento das informações, correu para ajudar e preparar o equipamento necessário para o resgate – adicionou.
A família de Juliana relata ter sido informada por funcionários do parque de que ela foi abandonada pelo guia mais de uma hora antes da queda:
– A gente descobriu isso em contato com pessoas que trabalham no parque. Juliana estava nesse grupo com cinco pessoas e o guia, porém ficou muito cansada e pediu para parar um pouco. Eles seguiram em frente e o guia não ficou com ela. O guia seguiu com o grupo até o cume que eles iam alcançar, e Juliana ficou sozinha por mais de uma hora. Ela não sabia para onde ir, não sabia o que fazer. Quando o guia voltou, porque viu que ela estava demorando muito, ele viu que ela tinha caído lá embaixo – disse a irmã de Juliana, Mariana Marins.
Com 3.726 metros de altura, o Mount Rinjani é um vulcão localizado na Ilha de Lombok. Juliana caiu na madrugada do último sábado (19) de um penhasco que circunda a trilha junto à cratera e se encontra a 300 metros da borda. Ela está a espera de um resgate há mais de 60 horas, sem comida, água ou agasalhos.