Gabriela Doria - 20/12/2017 16h41 | atualizado em 16/03/2018 12h24

A devastadora guerra civil na Síria continua chocando o mundo tamanha violência. Desta vez, um bebê de apenas 2 meses se tornou símbolo de uma campanha mundial de solidariedade. No final de outubro, Karim perdeu o olho esquerdo durante um bombardeio realizado pelo regime do presidente Bashar al-Assad, em Guta Oriental, último reduto rebelde na Síria. Ele também perdeu a mãe neste mesmo ataque.

A foto do bebê sem o olho e com graves ferimentos no crânio desencadeou uma campanha mundial, criada por fotógrafos freelancers que trabalham na zona de guerra. Com a hashtag #SolidarityWithKarim (Solidariedade com Karim), anônimos e até diplomatas e ministros publicaram fotos tampando o olho esquerdo e denunciando a situação calamitosa a população síria enfrenta.

#الآلاف يتضامنون مع #كريم #أيقونة تمثل #معاناة #الغوطة_الشرقيةhttps://t.co/M8fEhlmgXq#أخبار_روزنة #SolidarityWithKarim#BabyKarim pic.twitter.com/6Lb1Wm3HAW

— Rozana – روزنة (@RozanaFM) December 20, 2017

Segundo o fotógrafo Amer Almohibany, um dos promotores da campanha, a imagem de Karim machucado o chocou mesmo antes do clique.

– Tinha visitado a criança e sua imagem me marcou antes mesmo de tirar a foto – explicou Amer, de 28 anos. – O objetivo da campanha é fazer com que a voz dessa criança, que perdeu um olho e sua mãe, alcance o mundo – declarou para a agência AFP.

O embaixador do Reino Unido na ONU, Matthew Rycroft, também publicou imagem tampando o olho.

When we sit around the #UNSC & warn that inaction will mean more people are going to die. More schools bombed. More children scarred. This is what we mean.

We must see an end to the bombardment & siege of #EasternGhouta.#SolidarityWithKarim pic.twitter.com/8Io85VlDdF

— Matthew Rycroft (@MatthewRycroft1) December 19, 2017

– Alertamos sobre a inação que faz com que mais e mais pessoas morram, mais escolas sejam bombardeadas, mais crianças sejam feridas – escreveu Matthew Rycroft, embaixador do Reino Unido na ONU.

A guerra civil na Síria perdura há quase sete anos. Rebeldes tentam tirar do poder o presidente Bashar al-Assad, que está no cargo há 17 anos. Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), ligado à ONU, o número de mortos já pode ter chegado a 500 mil pessoas.

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