Grávida é baleada, perde o bebê e responde por homicídio
Caso ocorreu nos Estados Unidos e gerou controvérsias
Rafael Ramos - 28/06/2019 14h09

A americana Marshae Jones, de 27 anos, levou um tiro na barriga enquanto estava grávida de cinco meses durante uma discussão com Ebony Jemison, de 23. O motivo da briga teria sido sobre o pai da criança. Marshae perdeu o bebê e acabou sendo acusada por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
De acordo com o tenente Danny Reid, da polícia de Pleasant Grove, no Alabama (EUA), a investigação apontou que a única vítima verdadeira no caso foi o feto. Os investigadores consideraram o disparo como uma ação de legítima defesa já que Jones teria iniciado a briga. A legislação local permite que ações que possam colocar em risco o feto sejam criminalizadas.
– Ele não teve escolha em ser trazido desnecessariamente em uma briga, onde ele estava confiando em sua mãe para proteção – disse Reid.
O caso aconteceu em dezembro passado, mas a decisão saiu, nesta quarta-feira (26), por um júri popular. Marshae Jones foi detida na quinta (27) e levada para a cadeia do condado de Jefferson. Foi estipulada uma finança de US$ 50 mil.
A diretora executiva do Fundo Yellowhammer, Amanda Reyes, que integra um grupo nacional de defesa dos direitos das mulheres, fez um protesto pela decisão da Justiça e enviou um comunicado a um portal de notícias local.
– O estado do Alabama provou mais uma vez que o momento em que uma pessoa engravida tem a responsabilidade exclusiva de produzir um bebê vivo e saudável e que considera qualquer ação que uma pessoa grávida faça que possa impedir que esse nascimento seja um ato criminoso. Amanhã, poderá ser outra mulher negra, talvez por tomar uma bebida durante a gravidez. E depois disso, outra, por não obter atendimento pré-natal adequado.
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