Furacão Fiona chega a Porto Rico provocando alagamentos
Meteorologistas preveem que a tempestade cause inundações catastróficas
Pleno.News - 18/09/2022 21h04 | atualizado em 19/09/2022 11h39

O furacão Fiona tocou o solo, neste domingo (18), no sul de Porto Rico, dois dias antes do quinto aniversário da passagem do furacão Maria, que devastou a ilha em 2017. A tempestade chegou pela costa sudoeste do território americano, provocando deslizamentos de terra, derrubando a rede elétrica, arrancando o asfalto das estradas e causando alagamentos.
Fiona avança com ventos de até 140 km/h e por enquanto mantém a categoria 1, a menor na escala Saffir-Simpson (que vai até 5), mas espera-se que vá “ganhar mais força nas próximas 48 horas”, acrescentou o Centro Nacional de Furacões (NHC na sigla em inglês) dos Estados Unidos.
Os meteorologistas preveem que a tempestade cause inundações catastróficas e ameaça despejar níveis “históricos” de chuva, com até 64 centímetros possíveis em áreas isoladas.
O temporal provocou um apagão generalizado na ilha já no início da tarde deste domingo, informou a Autoridade de Energia Elétrica de Porto Rico, a corporação pública encarregada da geração de eletricidade. A entidade já conseguiu reiniciar vários geradores, um primeiro passo para o restabelecimento da rede elétrica, informou seu diretor, Josué Colón, em entrevista à TV local.
Segundo os protocolos estabelecidos, assim que conseguir reativar a rede, a autoridade tentará restabelecer, primeiro, o serviço em hospitais e outros prédios governamentais que oferecem serviços essenciais.
CHEIAS E INUNDAÇÕES
Os rios Grande de Loiza e Caguitas, no norte e no centro da ilha, transbordaram em algumas áreas, informou pelo Twitter o Serviço Meteorológico Nacional dos Estados Unidos (NWS na sigla em inglês).
– As comunidades nas margens destes rios deveriam avaliar se deslocar para um local mais alto de imediato – acrescentou.
Segundo a imprensa local, outros rios transbordaram no sudeste da ilha, inundando rodovias e áreas urbanas. Na montanha e na região sudoeste, várias famílias perderam o teto de suas casas pelas rajadas de ventos e tiveram que se abrigar em refúgios habilitados pelo governo.
Pela manhã, o governador de Porto Rico, Pedro Pierluisi, instou a população a buscar abrigo.
– Pedimos ao nosso povo que se mantenha em suas casas e que busque refúgio se precisar. Continuamos sob alerta de furacão – declarou em coletiva de imprensa.
E acrescentou:
– Por seu tamanho, esta tempestade estará impactando todo Porto Rico.
Pierluisi anunciou a suspensão das aulas nas escolas na segunda-feira (19), devido às previsões de continuidade das chuvas. Também cancelou o trabalho dos funcionários públicos, exceto aqueles que ocupam cargos críticos ou que fornecem serviços essenciais durante a emergência.
A tempestade também arrastou uma ponte na cidade montanhosa de Utuado, que a polícia diz ter sido instalada pela Guarda Nacional depois que o furacão Maria atingiu em 2017.
O presidente americano, Joe Biden, aprovou neste domingo a declaração do estado de emergência em Porto Rico, uma medida que permite a liberação de fundos federais para os trabalhos de ajuda. A ex-colônia espanhola se tornou território americano no fim do século 19, antes de obter o status de estado livre associado em 1950.
LEMBRANÇAS DO MARIA
O Fiona atinge a ilha apenas dois dias antes do aniversário do furacão Maria, uma tempestade devastadora de categoria 4 que atingiu o território em 20 de setembro de 2017, destruindo a rede elétrica e causando quase 3 mil mortes. Mais de 3 mil casas ainda têm apenas uma lona azul como telhado, e a infraestrutura continua fraca.
As autoridades antecipam chuvas de 508 a 635 mm nas áreas isoladas de Porto Rico, uma quantidade bastante inferior à registrada durante a passagem do furacão Maria.
– Podemos esperar que haja estragos, mas não no nível de Maria – disse Ernesto Morales, do NWS, na mesma coletiva do governador.
Depois da passagem de Maria, Porto Rico ficou incomunicável e grandes áreas permaneceram sem eletricidade por vários meses.
– Acho que todos nós, porto-riquenhos, que passamos pelo Maria, temos aquele estresse pós-traumático de “O que vai acontecer, quanto tempo vai durar e quais necessidades podemos enfrentar?'” – disse Danny Hernández, que trabalha em a capital de San Juan, mas planejava enfrentar a tempestade com seus pais e familiares na cidade ocidental de Mayaguez.
Fiona já causou graves danos em sua passagem pelo território francês Guadalupe na noite de sexta-feira (16). Em alguns locais, a água subiu mais de 1,50 metro. Um homem morreu no local, arrastado com sua casa pela cheia de um rio.
*AE
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