Furacão Dorian deixa mortos e destrói casas nas Bahamas
Ventos foram de quase 300 km/h
Ana Luiza Menezes - 02/09/2019 21h55 | atualizado em 03/09/2019 17h09
Com ventos de quase 300 km/h, o furacão Dorian atingiu as Bahamas no domingo (1º) à noite, e nesta segunda-feira pela manhã, deixando um rastro de destruição no arquipélago caribenho antes de seguir em direção à costa Leste dos EUA. O primeiro-ministro do arquipélago, Hubert Minnis, informou na noite desta segunda-feira que a tempestade deixou cinco mortos e mais de 20 feridos.
Mais cedo, a imprensa local noticiou a morte de um garoto que se afogou nas ilhas Ábaco, no noroeste das Bahamas, mas ainda não havia confirmação das autoridades. Até o momento, não se sabe se ele está incluído na listagem oficial.
De acordo com a Cruz Vermelha, 13 mil casas foram destruídas parcial ou completamente nas Bahamas, um arquipélago formado por mais de 700 ilhas. No sábado, o governo local havia estimado que 21 mil residências e 73 mil dos 395 mil moradores seriam afetados pela passagem do Dorian.
O furacão de categoria 5 tocou a terra por volta do meio-dia de domingo (1º) na ilha Elbow, parte das ilhas Ábaco. No fim da manhã desta segunda, a tempestade foi rebaixada para a categoria 4, com ventos de até 251 km/h, o que ainda é considerado extremamente perigoso.
Durante a madrugada de segunda o furacão se aproximou da segunda maior cidade do arquipélago, Freeport, que fica na ilha Grande Bahama.
Apesar da força dos ventos, o Dorian se move de maneira lenta, o que significa que está há horas sobre o norte das Bahamas, aumentando a destruição na região. Segundo o NHC (Centro Nacional de Furacões, na sigla em inglês), o fenômeno se move a uma média de 1,6 km/h, mais devagar do que uma pessoa caminhando. O órgão informou que o furacão deve se manter sobre a ilha de Grande Bahama até pelo menos a manhã de terça-feira (3).
Imagens publicadas nas redes sociais mostram enorme rastro de destruição, e há relatos de inundações nas ilhas Ábaco. Um vídeo divulgado pelo jornal Tribune 242 mostra a água na altura dos telhados de casas de madeira, com barcos quebrados flutuando ao lado de tábuas, galhos e troncos de árvores, além de outros escombros.
Meteorologistas do NHC alertaram para ondas de cinco a sete metros de altura e rajadas de vento de mais de 350 km/h -o nível da água também pode subir até 700 centímetros acima do normal para a época em algumas regiões.
Segundo a entidade, a situação na ilha traz risco de mais mortes, e o cenário pode piorar nas próximas horas. O Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos classificou o fenômeno como o segundo mais forte registrado na bacia do Atlântico. Ao tocar a terra, Dorian igualou o recorde do furacão mais potente do Atlântico, datado de 1935.
Na Grande Bahama, milhares de pessoas abandonaram suas casas para se afastar da rota do furacão.
– Parece que estamos em uma fila para receber uma surra – afirmou Yasmin Rigby, em Freeport.
– Estamos enfrentando um furacão como nunca vimos antes na história das Bahamas. Provavelmente é o dia mais triste da minha vida – disse Minnis, primeiro-ministro do arquipélago, que chorou durante uma entrevista coletiva.
Já nos Estados Unidos, cerca de 1 milhão de pessoas em quatro estados -Flórida, Carolina do Sul, Carolina do Norte e Geórgia- receberam ordens para deixar suas casas devido à chegada do furacão.
Não está claro ainda, porém, qual será a trajetória do Dorian e onde exatamente ele vai atingir a costa americana. O NHC afirmou que a tempestade passará “perigosamente perto” do litoral da Flórida até a tarde de quarta-feira (4). Ventos fortes e ondas altas foram observados na costa leste do estado enquanto o furacão estava a cerca de 170 km de West Palm Beach.
A partir da noite de quarta, o órgão prevê que o Dorian deve se aproximar da costa de Geórgia e Carolina do Sul.
Em Washington, o presidente Donald Trump se reuniu com os diretores de gestão de emergências e disse acreditar que boa parte da costa Leste deve “receber o impacto ou parte do impacto de forma muito, muito severa”. Ele cancelou viagem à Polônia no fim de semana para monitorar a situação.
A Flórida emitiu suas primeiras ordens de retirada obrigatória para Palm Beach, onde está o resort de Donald Trump em Mar-a-Lago- e para o condado de Martin.
O governador da Carolina do Sul, Henry McMaster ordenou que as pessoas deixem a costa obrigatoriamente, o que afetará 840 mil pessoas. A Geórgia adotou a mesma medida para seis condados, onde moram mais de 150 mil pessoas.
Os três estados declararam estado de emergência, assim como a Carolina do Norte. A medida permite mobilização maior dos serviços públicos estaduais e recorrer, em caso de necessidade, a ajuda federal.
*Folhapress
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