Filho de Martin Luther King critica políticas migratórias
Ativista alertou sobre crianças que ainda precisam ser reunificadas com suas famílias
Ana Luiza Menezes - 28/08/2018 21h05
Mesta terça-feira (28), Martin Luther King III esteve no muro fronteiriço entre Estados Unidos e México. No local, ele criticou as políticas “draconianas” do governo americano que separaram centenas de famílias imigrantes.
Luther King III chegou hoje ao Parque da Amizade, que fica entre a cidade mexicana de Tijuana e San Diego, na Califórnia. Ele estava em companhia da sua esposa e da sua filha, no dia que em que se lembra o 55º aniversário do famoso discurso “I have a dream” pronunciado por seu pai, o pastor Martin Luther King Jr..
– Este muro atrás de mim se transformou em um símbolo de ódio e divisão, que levou à separação de crianças dos seus pais, pôs em perigo as comunidades fronteiriças e cobrou a vida de pessoas em busca de segurança e liberdade – lamentou o filho do histórico líder do movimento de direitos civis.
Ele disse ainda que seu pai era um defensor de pontes e não de muros. Questões como segregação e separação racial fizeram parte de seu discurso. Suas palavras foram ditas no mesmo lugar onde, há 8 meses, o procurador-geral dos EUA, Jeff Sessions, informou sobre a implementação da política de “tolerância zero” contra a imigração ilegal. A medida foi duramente criticada após a separação de centenas de famílias que chegaram à fronteira sem documentos.
Desde então, o governo dos Estados Unidos separou na fronteira sul 2.654 crianças dos seus pais. Até o momento, ainda com um mandado judicial envolvido, mais de 500 menores não retornaram para suas famílias.
– Não podemos descansar até que todos as crianças sejam reunificadas com seus entes queridos – ressaltou o ativista.
Após seu discurso, Luther King III se dirigiu até a cerca para falar com imigrantes que se encontravam do lado mexicano. Agentes da Patrulha Fronteiriça acompanharam seus passos.
O evento foi organizado pelo agrupamento Alliance San Diego. Segundo a direção do grupo, quem sugeriu que fosse realizado na fronteira foi a filha de Luther King III, Yolanda Renee. Ela adquiriu notoriedade após sua participação em Washington na marcha do movimento contra as armas.
*Com informações da Agência EFE
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