Família de morto recebe menos de 4 dólares de indenização
A mãe da vítima tinha apelado para a Justiça com a acusação de negligência da ação policial contra um homem negro
Ana Luiza Menezes - 01/06/2018 18h14 | atualizado em 04/06/2018 18h12
Um tribunal da Flórida, nos Estados Unidos, determinou uma indenização menor que 4 dólares, o equivalente a R$ 15, para a família de um homem negro morto a tiros por policiais, em 2014.
Viola Bryant, a mãe da vítima tinha recorrido à Justiça, alegando negligência na ação policial que resultou na morte de Gregory Hill Jr.
Gregory tinha 30 anos de idade e trabalhava em uma fábrica da Coca-Cola. Ele estava em sua residência quando foi baleado por dois policiais brancos.
De acordo com os documentos oficiais, a morte aconteceu após uma mulher ter ouvido uma música alta vinda de uma garagem em sua vizinhança. Ela, que estava indo buscar os filhos na escola, ligou para a polícia para reportar o barulho.
Dois agentes, Chistopher Newman e Edward Lopez, foram até a casa de Gregory para saber o que estava acontecendo. Ao chegarem, teriam visto o homem segurando uma arma. Newman atirou três vezes, acertando um tiro na cabeça e dois no abdômen. Tudo isso em menos de dois minutos.
Durante a investigação, ficou constatado que Hill estava morto e que portava uma arma descarregada no bolso de trás da calça.
O advogado da família da vítima alega que Hill não estava segurando o revólver, e que não daria tempo de ele ter guardado a arma no bolso.
Mesmo assim, o júri informou que a indenização de 4 dólares, seria reduzida a 4 centavos de dólar, uma vez que que o policial teve apenas 1% de responsabilidade na morte de Hill. E, como os exames comprovaram que a vítima estava alcoolizada quando morreu, a quantia ficaria zerada e a família não receberia nada.
A noiva de Gregory, Monique Davis, saiu abalada do tribunal antes de ouvir o resto do veredito.
– Vou continuar lutando até conseguir alguma justiça – disse ela.
No Facebook, a delegacia onde Newman trabalha postou uma declaração sobre a sentença.
– O delegado Newman foi colocado em uma situação muito difícil e, como muitos outros policiais devem fazer todos os dias, ele tomou a melhor decisão possível para a segurança de seu parceiro, dele próprio e do público, dadas as circunstâncias que enfrentou. Nós apreciamos o tempo e a compreensão do júri – afirmou o post.
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