Faculdade veta convite a chinesa que ia falar contra comunismo
Xi Van Fleet viveu sob regime de Mao Tsé-Tung e é conhecida por críticas à cultura progressista
Pleno.News - 25/04/2023 16h13 | atualizado em 25/04/2023 21h26
A universidade cristã Whitworth University, em Washington, nos Estados Unidos, negou o pedido de um grupo estudantil republicano para convidar uma sobrevivente da China maoísta para discursar no campus sobre os males do regime comunista e trazer críticas ao progressismo. A faculdade argumentou que o posicionamento de Xi Van Fleet contra a chamada cultura “woke”, defendida pela esquerda, ofende a diversidade.
Em entrevista à Fox News, Van Fleet classificou a decisão como “preocupante” por ter sido tomada em uma “faculdade cristã, que é supostamente mais conservadora”.
– Do que eles têm medo? As pessoas que acreditam na experiência vivida querem obter a experiência vivida de mim porque não estou falando de uma ideia que li, pesquisei ou estudei. (…) Quando você cancela as pessoas agora, você tem que estar preparado para ser cancelado mais tarde – declarou.
A decisão da universidade foi tomada por nove votos contra quatro. Na ocasião, os contrários ao convite a Van Fleet disseram que as postagens dela nas redes sociais contra a cultura “woke” são prejudiciais à diversidade, equidade e inclusão (DEI), a movimentos raciais como o Black Lives Matter, à comunidade LGBTQIA+, entre outros grupos.
O termo “cultura woke” passou a ser usado para se referir a pessoas que se consideram sensíveis a temas sociais e que defendem o progressismo. Entretanto, a expressão passou também a ser empregada de forma negativa para definir pessoas que se sentem moralmente superiores e querem impor suas ideologias por meio de ações como o cancelamento.
No site da universidade de Whitworth, a faculdade afirma estar em busca da “liberdade de expressão para seus alunos, funcionários e professores”.
– Nosso compromisso com a liberdade de expressão é fundamentado em nossa fé no Deus trino que cria e redime um mundo bom para florescer por meio de sua Palavra vivificante, Jesus Cristo. Tomamos Jesus Cristo como modelo de engajamento no discurso público e para exploração e expressão de ideias – diz a universidade.
Xi Van Fleet viveu sob a Revolução Cultural chinesa dos 6 aos 20 anos de idade e presenciou o regime de Mao Tsé-Tung.
– [Na época] Pediram-nos que denunciássemos se ouvíssemos algo sobre alguém dizendo qualquer coisa que mostrasse que havia uma total falta de lealdade a Mao. Houve pessoas denunciando seus pais, e seus pais acabaram na prisão – contou ela sobre seu passado.
Atualmente, Fleet afirma estar “alarmada com o que está acontecendo nas escolas” estadunidenses hoje.
– Para mim, e para muitos chineses, é de partir o coração que escapamos do comunismo e agora vivenciamos o comunismo aqui – assinalou.
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