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Ex-tenista Dolgopolov luta na Ucrânia: “Não sou Rambo”

Alexandr Dolgopolov teve aulas de tiro na Turquia

Pleno.News - 17/03/2022 12h02 | atualizado em 17/03/2022 12h08

Alexandr Dolgopolov deixou o tênis no inicio deste ano Fotos: EFE/EPA/ADAM IHSE SUÉCIA OUT[ // Instagram Alexandr Dolgopolov

O exército ucraniano ganhou mais um reforço do mundo dos esportes nos últimos dias. Aposentado no início do ano, o agora ex-tenista Alexandr Dolgopolov se alistou, fez treinamento para aprender a usar armas e já está em Kiev para lutar ao lado dos compatriotas contra a invasão da Rússia.

Aos 33 anos, Dolgopolov deixou o circuito profissional neste ano após enfrentar uma série de lesões nas últimas temporadas. Ele tem três títulos de nível ATP no currículo, chegou a ocupar o posto de número 13 do mundo em 2012 e alcançou as quartas de final do Aberto da Austrália, um ano antes.

Nos últimos dias, o ucraniano vem contando um pouco sobre sua vida de soldado. Numa das publicações nas redes sociais, exibiu seu “novo equipamento” de trabalho: um colete à prova de balas, capacete, arma pesada e munições.

– Costumavam ser raquetes e cordas, agora é isso – afirmou o ex-atleta, referindo-se ao armamento.

Ex-tenista mostra armamento nos stories do Instagram Foto: Reprodução/Instagram

Dolgopolov estava na Turquia com sua mãe e sua irmã quando a invasão russa na Ucrânia teve início, no mês passado. Assustado, ele decidiu inicialmente que iria ajudar com divulgação de informações nas redes sociais e com dinheiro para o exército ucraniano. Mas acabou mudando de ideia quando percebeu que a guerra cresceria e afetaria todo o país.

Ainda na Turquia, ele começou a ter aulas de tiro com um ex-militar durante uma semana.

– Não me tornei o Rambo em uma semana, mas estou bem confortável com as armas. Consigo acertar a cabeça (do alvo) em três de cinco tentativas a uma distância de 25 metros, num ambiente mais calmo, de treino – afirmou o ex-atleta.

O ucraniano revelou também que, enquanto fazia seu treinamento, preparava a entrada em seu país. E levou equipamentos militares para o exército, como coletes à prova de balas e óculos de visão noturna.

– Enquanto treinava, comecei a organizar a volta. Encontrei outros planejando ir dos Estados Unidos para a Ucrânia e, quando estávamos prontos, começamos nossa viagem. Precisamos de alguns coletes à prova de balas e voamos para Zagreb, onde compramos tudo o que precisamos e nos dirigimos pela Europa, entrando na Ucrânia pela Polônia. Agora estou em Kiev – relatou.

Dolgopolov disse ainda ter orgulho da mobilização e da resistência dos ucranianos e chamou o presidente russo Vladimir Putin de “ditador maluco”.

– Estou orgulhoso do quão unido nosso país está diante da pressão de um ditador maluco. A verdade está conosco e esta terra é nossa. Vou ficar em Kiev até nossa vitória e depois.

Antes de Dolgopolov, outros ex-tenistas também se juntaram ao exército ucraniano, como Sergiy Stakhovsky e Andrei Medvedev. Outros atletas fizeram o mesmo, caso dos boxeadores Oleksandr Usyk e Vasiliy Lomachenko.

Ex-campeões mundiais dos peso pesados, os irmãos Wladimir e Vitali Klitschko estão na guerra também. Vitali, por sinal, é o atual prefeito da capital Kiev.

*AE

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