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Líderes que não aceitaram apoiar o ditador sofreram represálias

Leiliane Lopes - 01/08/2024 14h59 | atualizado em 01/08/2024 17h29

Nicolas Maduro recebeu oração de pastores em evento Foto: X @NicolasMaduro

A imprensa brasileira tenta convencer os telespectadores que Nicolás Maduro teve apoio dos evangélicos para se reeleger. Ao contrário disso, pastores acusaram o governo de assediá-los por não apoiarem o ditador da Venezuela a permanecer no poder.

Ao lado de um pequeno grupo de líderes, Maduro queria receber apoio do segmento e, sem sucesso, passou a perseguir os religiosos, como relatou o pastor Dario*, que conversou com a Missão Portas Abertas sobre a situação no país.

Pastores como Dario* relataram visitas de representantes do partido de Maduro com ameaças e acusações de oposição ao governo.

O relato do pastor Abel* é semelhante aos seus pares. Ele contou que muitos membros da igreja estão receosos de represálias devido à votação que aconteceu no último domingo (28).

Para que as igrejas apoiassem sua reeleição, o ditador ofereceu benefícios, como a concessão de canais de televisão.

Veículos de comunicação afirmaram que a Igreja Universal do Reino de Deus, que tem templos na Venezuela desde 1992, teria aceitado a troca. Mas, em seu site oficial, a denominação negou e diz que foi alvo “da mídia hostil”.

As informações foram divulgadas após líderes da Igreja Universal naquele país participarem de um ato ao lado de Maduro. Segundo a igreja, era um evento em homenagem ao Dia do Pastor, realizado em março deste ano.

– A Universal foi convidada a comparecer ao evento pelo segundo ano consecutivo. Além disso, foi escolhida para realizar uma oração e para ministrar a mensagem bíblica pela Venezuela. Assim, o bispo Ronaldo Santos, responsável pelo trabalho local da Igreja, orou pelo país, pelo povo venezuelano, pelas denominações religiosas, e por todas as autoridades presentes na solenidade, incluindo o presidente Nicolás Maduro, que, segundo informações, todos os anos prestigia o evento – diz a nota.

Já em julho deste ano um pequeno grupo de pastores foi até o Palácio Miraflores, residência presidencial, e celebrou o Dia do Arrependimento e da Esperança em Cristo.

De joelhos, o pastor Enrique Villalba orou e pediu perdão pelos pecados como a imoralidade, adoração a “deuses estranhos”, corrupção e orgulho. Em seguida, ele pediu para que Deus restaurasse a Venezuela.

Usando uma estola nos ombros, Maduro fez um breve discurso e declarou que o Palácio Miraflores é “a casa de Deus, do povo de Cristo”.

Enquanto isso, líderes que não aceitaram oferecer apoio ao ditador, passaram a ser perseguidos de diversas formas. O pastor Dario*, por exemplo, teve a eletricidade do templo cortada.

– Eles nos oferecem boa infraestrutura para as igrejas e ajuda, mas não aceitamos. Por isso, eles cortam nossos cabos. Há oito dias, quando chegamos para o culto, não havia eletricidade. O cabo principal foi arrancado. Me sinto desconfortável por, como venezuelano, não poder ter liberdade de pensamento – relatou o pastor.

O futuro da Igreja no país está intimamente ligado à situação política, pois a falta de transparência e liberdade continua a dificultar o trabalho das igrejas em servir e apoiar a comunidade.

A Portas Abertas, que monitora a perseguição a cristãos, incluiu a Venezuela na Lista de Países em Observação 2024, na 67ª posição, devido ao aumento da pressão sobre os seguidores de Jesus durante as eleições. A censura à liberdade religiosa e a repressão de denúncias sobre a crise são estratégias usadas pelo governo para manter o controle.

* nomes fictícios para preservar a integridade dos pastores

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