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Povo é de origem muçulmana e sofre com perseguições

Jade Nunes - 29/05/2018 14h03

De acordo com a Unicef, a maioria dos refugiados roginhyas são crianças Foto: ONU

O governo dos Estados Unidos anunciou nesta terça-feira (29) que será “mais agressivo” para resolver a crise dos rohingyas e chamou à comunidade internacional a “reagir mais” para acabar com o assédio do Exército de Mianmar contra essa minoria.

– Acredito que deveríamos ser mais agressivos – afirmou o embaixador para a liberdade religiosa do Departamento de Estado, Sam Brownback, em entrevista coletiva para apresentar o relatório anual sobre o tema.

Brownback considerou em várias ocasiões que é necessária “uma maior reação” da comunidade internacional para resolver a crise dos rohingyas e sugeriu que os Estados Unidos poderiam tentar uma aliança com outros países, embora não tenha detalhado uma estratégia concreta.

– Acho que resolver isto vai demandar um grande esforço da comunidade internacional, acho que vai requerer ações e acho que veremos mais ações – afirmou Brownback.

O Departamento de Estado realizará nos dias 25 e 26 de julho, em Washington, a primeira reunião ministerial sobre liberdade religiosa para identificar as ameaças a esse direito e debater medidas para acabar com a perseguição e discriminação por razão de credo. O secretário de Estado, Mike Pompeo, foi o encarregado de anunciar hoje, em entrevista coletiva, esse encontro, que terá a participação de aliados dos Estados Unidos.

Brownback visitou recentemente os campos de refugiados rohingyas em Bangladesh e pediu permissão para viajar ir a Mianmar e se reunir com a chefe de fato do governo Aung San Suu Kyi, vencedora do Prêmio Nobel da Paz em 1991. No entanto, segundo contou hoje, as autoridades birmanesas negaram a possibilidade e também não deixaram que ele visitasse o estado de Rakhine, de onde os rohingyas começaram a fugir a nove meses.

Em novembro do ano passado, o governo dos Estados Unidos qualificou os abusos contra os rohingyas em Rakhine como “limpeza étnica” e um mês depois sancionou o chefe militar birmanês, Maung Maung Soe.

Apesar das acusações de “violência, discriminação e assédio” contra os rohingyas, o Departamento de Estado defende que “devido ao fato de que religião e etnia são muito vinculadas, é difícil afirmar que os incidentes ocorreram somente com base nas crenças religiosas”.

O relatório apresentado hoje é elaborado todo ano a pedido do Congresso americano, e instrui o secretário de Estado a decidir em um prazo de 90 dias se há algum país “de preocupação especial” pela falta de liberdade religiosa, o que pode restringir a ajuda econômica a esse local. Mianmar está atualmente nessa lista negra e, como consequência, tem a venda de armas restrita.

ENTENDA QUEM SÃO OS ROHINGYAS E A SITUAÇÃO DELES

Os rohingyas, também conhecidos como ruaingás, são uma minoria étnica de origem muçulmana de aproximadamente 1,5 milhão de pessoas. A maior parte vive em Mianmar e Bangladesh, seguido pelo Paquistão, Tailândia e Malásia.

Desde 2017, os rohingyas fazem a travessia de Mianmar até Bangladesh. Mianmar é um país de maioria budista e eles não reconhecem os rohingyas como seus próprios cidadãos. Por isso, este povo tem sofrido violência e discriminação social.

*Com informações da Agência EFE

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