Estudo contra cloroquina foi baseado em dados incorretos
Estudo contra cloroquina foi baseado em dados incorretos
Jornal britânico denunciou empresa responsável por dados, que tem um diretor processado por má conduta médica
Rafael Ramos - 04/06/2020 12h44 | atualizado em 04/06/2020 13h04
O jornal britânico The Guardian denunciou a empresa norte-americana Surgisphere de ser a responsável por fornecer dados incorretos usados pela revista The Lancet, em seu estudo sobre a ineficácia da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento do novo coronavírus. De acordo com o tabloide, a empresa compartilhou diversas informações sobre a pandemia, como número de infectados e de mortes em diversos países.
A Surgisphere tem entre seus funcionários um escritor de livros de ficção científica e um modelo de conteúdo adulto. A empresa não tem qualquer histórico de análise de dados e não apresentou nenhum tipo de metodologia ou embasamento científico para comprovar as informações que compartilhou com os pesquisadores.
Uma dos pontos que gerou dúvida sobre a veracidade das informações foram os dados referentes à Austrália. De acordo com a Surgisphere, havia 600 infectados e 73 mortes em cinco hospitais do país no dia 21 de abril. Porém, dados da Universidade Johns Hopkins mostraram que o número de mortes na Austrália nesta data era de 67 e só atingiu a marca de 73 no dia 23.
Em sua defesa, o diretor executivo da Surgisphere, Sapan Desai, disse que os dados de um hospital da Ásia foram acidentalmente acrescentados nos registros australianos. Desai, que é citado como um dos co-autores no estudo da Lancet, já foi processado três vezes por má conduta médica.
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