“Escândalo”, diz Netanyahu sobre TPI cogitar ordenar sua prisão
"Esse tribunal não tem autoridade sobre o Estado de Israel", declarou premiê
Pleno.News - 30/04/2024 13h17 | atualizado em 30/04/2024 13h44

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, criticou, nesta terça-feira (30), o Tribunal Penal Internacional (TPI), diante da possibilidade de o órgão emitir mandados de prisão nesta semana contra ele, o ministro da Defesa, Yoav Gallant; e o chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel (FDI), Herzl Halevi, por supostos crimes de guerra contra civis palestinos.
– Esse tribunal não tem autoridade sobre o Estado de Israel. A possibilidade de que ele emita mandados de prisão por crimes de guerra contra comandantes das FDI e líderes de Estado é um escândalo em escala histórica – declarou Netanyahu em discurso gravado.
O premiê israelense classificou a medida como mais um obstáculo à guerra de Israel na Faixa de Gaza e reiterou que, apesar das tentativas do tribunal, a cidade de Rafah, ao sul do território palestino, será invadida, assim que a população civil for evacuada, e que os objetivos da guerra serão alcançados.
– O objetivo é paralisar a capacidade do Estado de Israel de se defender – acrescentou Netanyahu, chamando a possível ação do TPI de “um crime de ódio antissemita sem precedentes”.
Em 207 dias de guerra, o número oficial de mortos já ultrapassou 34.500, 75% deles mulheres e crianças, de acordo com o governo de Gaza.
As Nações Unidas acusaram Israel, em meados de março, de cometer crime de guerra no enclave palestino ao privar a população civil de alimentos. Outras organizações, como a Anistia Internacional, denunciaram um bombardeio “indiscriminado” da população civil.
Fontes do governo israelense, que o jornal Haaretz não identificou, disseram nesta segunda (29) que os mandados de prisão poderiam ser emitidos contra Netanyahu, Gallant e Halevi em algum dia desta semana, e que os funcionários de baixo escalão não seriam afetados.
De acordo com o jornal, tanto o Ministério da Justiça quanto os advogados das FDI estão tentando impedir que se chegue a esse ponto, e os aliados de Israel, como os Estados Unidos, estão supostamente mediando com o procurador-geral do TPI, Karim Khan, para atrasar ou até mesmo impedir que os mandados sejam emitidos.
Nesta terça, Netanyahu também pediu a outros líderes mundiais que se manifestem “firmemente” contra qualquer ação do TPI nesse sentido.
*EFE
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