Jornalista perde emprego por dar voz a conservadores
Bari Weiss, do NY Times, afirmou que foi chamada de "nazista" e "racista" por colegas de trabalho
Pleno.News - 15/07/2020 10h00 | atualizado em 15/07/2020 14h11
Bari Weiss, editora de opinião do jornal americano The New York Times, deixou o cargo nesta terça-feira (14). Em uma longa carta na qual explica a decisão, ela criticou o jornal por não protegê-la do “bullying” constante dos colegas por dar voz a conservadores.
A jornalista diz que foi contratada em 2017 para trazer ao jornal vozes que não costumavam aparecer em suas páginas, como as de escritores iniciantes, centristas e conservadores. Isso porque o jornal havia fracassado no ano anterior em antecipar a eleição de Donald Trump e acreditava que isso se devia à falta de pluralidade nas opiniões do jornal.
Mas Weiss diz que foi chama nazista, racista, e que sofreu um bullying constante de colegas ao tentar trazer as opiniões “politicamente incorretas” ao Times.
– Artigos que seriam publicados facilmente há apenas dois anos agora colocam um editor ou escritor em sérios problemas, se não fora do jornal. E, se uma reportagem é considerada suscetível de inspirar reação interna ou nas mídias sociais, o editor ou escritor evita divulgá-la – afirma a jornalista.
Bari ainda disse que a redação “tem o Twitter como seu editor definitivo”.
Após a demissão de Weiss, outros funcionários do jornal rebateram as acusações dela, como a porta-voz Eileen Murphy e a editorialista Kathleen Kingsbury. Segundo o jornal, Bari vinha sendo criticada por suas opiniões e declarações polêmicas sobre aspectos dos movimentos sociais identitários que tem se fortalecido nos últimos anos.
*Folhapress
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