Discurso de Trump volta a causar controvérsia
Presidente criticou forma como grupos antirracistas agiram em manifestação
Jade Nunes - 16/08/2017 11h10 | atualizado em 16/08/2017 14h48
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a causar controvérsia com um discurso sobre os ataques em Charlottesville, na Virgínia.
Nesta terça-feira (15), o republicano deu uma entrevista coletiva no seu prédio em Nova York em que afirmou que “havia culpados em ambos os lados” — e gente boa também — nos conflitos raciais.
Em um certo momento, o presidente chegou a defender o direito dos supremacistas brancos de lutar pela manutenção de estátuas de líderes escravocratas na Guerra Civil, o que causou revolta entre os americanos.
– George Washington era dono de escravos. Vamos retirar suas estátuas? E então vamos derrubar as de (Thomas) Jefferson na semana seguinte? Foi um momento horrível para nosso país, mas há dois lados nesta história – afirmou Trump ao citar nomes de presidentes americanos que são muito respeitados no país.
O atual presidente afirmou que houve violência dos dois lados da manifestação e também culpou a “esquerda alternativa” (nome para ironizar a denominação da “direita alternativa”, associada a grupos extremistas).
A nova declaração de Donald Trump está sendo considerada a real opinião dele. O discurso de segunda-feira (14), quando o presidente criticou duramente os supremacistas brancos, teria sido feito por pressão.
No Twitter, o ex-líder da Klu Klux Klan, David Duke, escreveu: “obrigado, Presidente Trump, por sua honestidade e coragem para dizer a verdade sobre #Charlottesville e condenar os terroristas esquerdistas de BLM/Antifa (movimentos “Vidas negras importam” e “antifascistas”)”.
Políticos americanos dos partidos Democrata e Republicano criticaram Trump pela sua declaração. Também pelo microblog, o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Paul Ryan, manifestou sua frustração: “temos de ser claros. Supremacia branca é repulsiva. Este fanatismo vai contra tudo que este país representa. Não pode haver ambiguidade moral”.