Cuba diz ter sido vítima de “atos terroristas” dos EUA
Anúncio veio do Ministério de Relações Exteriores
Pleno.News - 27/05/2021 13h50 | atualizado em 27/05/2021 14h11
O governo cubano disse nesta quinta-feira (27) que a nação foi vítima de 713 atos terroristas organizados, financiados e executados principalmente pelos Estados Unidos, em resposta à decisão de Washington de manter Cuba em sua lista de países que não cooperam com a luta contra o terrorismo.
O Ministério das Relações Exteriores cubano afirmou, em comunicado publicado no seu site, que estas ações custaram a vida de 3.478 pessoas, deixaram 2.099 incapacitadas e significaram um prejuízo econômico de 181 bilhões de dólares (cerca de R$ 955 bilhões).
O país caribenho expressou assim sua rejeição à decisão do Departamento de Estado americano de mantê-lo na sua lista de nações que “não cooperam plenamente com os esforços antiterroristas dos EUA”.
O anúncio, divulgado há dois dias, foi recebido por Havana como “uma acusação totalmente infundada e utilizada para fins políticos que tenta justificar as agressões”, incluindo o embargo econômico.
A nota oficial sustenta que esta lista “carece de legitimidade”, é contrária ao direito internacional e à Carta das Nações Unidas e representa uma ação “irresponsável e vergonhosa”.
O governo cubano criticou também a recusa das autoridades americanas em cooperar na luta contra o terrorismo, refletida no fato de “nunca ter devolvido ao nosso país um único dos fugitivos da Justiça cubana, nem sequer ter julgado nenhum deles por crimes e atos terroristas”.
O governo de Donald Trump (2017-2021) devolveu Cuba à lista de “não-cooperadores” em maio de 2020 e, no último mês de janeiro, incluiu o país na lista de “patrocinadores” do terrorismo, uma das últimas decisões de Trump antes de deixar a Casa Branca.
Cuba tinha deixado ambas as listas em 2015, no contexto da reaproximação com o governo de Barack Obama (2007-2017).
Washington alegou que a medida mais recente responde à presença em Havana de membros da guerrilha colombiana do Exército de Libertação Nacional (ELN), que chegaram ali em 2017 para continuar as negociações de paz com o governo, iniciadas em Quito.
Quando essas conversas fracassaram, o presidente colombiano, Iván Duque, pediu a Cuba que extraditasse os guerrilheiros, algo rejeitado por Havana, por considerar que os protocolos das conversas de paz seriam violados.
A este respeito, Cuba reiterou hoje que seu governo “continua empenhado no processo de paz na Colômbia, apesar de ter sido vítima de repetidos atos de infidelidade e desonestidade, motivados politicamente”.
*EFE
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