Coreia do Norte registra 232 mil casos de Covid, mas recusa ajuda
País segue ignorando as ofertas de auxílio por parte da Coreia do Sul
Pleno.News - 18/05/2022 16h41 | atualizado em 18/05/2022 17h07
As autoridades da Coreia do Norte informaram nesta terça-feira (17) a detecção de mais de 232 mil casos de Covid-19 no país e, pelo terceiro dia seguido, recusaram a assistência da vizinha Coreia do Sul. A negativa indica que o regime de Pyongyang parece disposto a buscar ajuda apenas com a China ou a Rússia.
O centro de prevenção epidemiológica norte-coreano divulgou ainda o registro de seis mortes decorrentes da infecção pelo novo coronavírus. Ao todo, desde a confirmação da presença do patógeno no país, uma semana atrás, foram contabilizados um total de 62 vítimas da Covid-19.
Segundo informações oficiais, já são 1,71 milhão de pessoas que contraíram desde o início da propagação do novo coronavírus as “febres” (termo que a Coreia do Norte utiliza para casos suspeitos, devido à baixa capacidade de testagem).
O regime norte-coreano ainda divulgou que 1,02 milhão de pessoas se recuperaram da infecção e que 691.170, atualmente, estão sob tratamento.
Na Coreia do Norte, o governo não adquiriu vacinas e chegou a recusar uma doação de quase 5 milhões de doses oferecidas no ano passado, não existindo assim um plano nacional de imunização contra a Covid-19.
Até o momento, 7,1% da população local foi infectada pelo novo coronavírus em menos de um mês. A incidência é mais alta na capital, Pyonyang, e em cidades com mais alta atividade econômica, como Nampo (oeste), Kaesong (sul) e Rason (nordeste).
As mortes registradas até o momento, em maioria, cerca de 40%, são de pessoas com mais de 60 anos. Já um terço das vítimas tinham menos de 20.
Na última segunda-feira (16), a Organização Mundial da Saúde (OMS) expressou preocupação por a falta de vacinas se alie no país ao fato de grande parte da população sofrer com problemas prévios de saúde.
A agência da ONU pediu que o regime norte-coreano repassasse informações detalhadas sobre a situação.
A OMS ofereceu ao país asiático “apoio técnico e fornecimento de testes, diagnósticos, medicamentos essenciais e vacinas”, segundo o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Segundo a agência estatal de notícias KNCA, o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, presidiu uma reunião com o alto escalão do governo na segunda, em que foram analisadas respostas inadequadas de “funcionários do partido e órgãos estatais” do país.
O próprio Kim falou de “imaturidade” e “atitudes negativas” ainda no início da crise sanitária na Coreia do Norte. “O tempo é vital”, garantiu o líder, que ainda defendeu um novo sistema de emergência máxima no país.
Segundo a KCNA, foram mobilizados 3 mil militares para garantir a distribuição de medicamentos e 1,4 milhão de funcionários de órgãos de saúde pública, assim como estudantes e professores de Medicina.
O regime indicou anteriormente o confinamento de “cada cidade e condado”, mas não há observadores independentes que confirmem as informações, enquanto, no país, há uma aparente normalidade.
Nesta quarta (18), o governo da Coreia do Sul indicou que, pelo terceiro dia consecutivo, o vizinho ignorou tentativa de comunicação para a marcação de uma reunião e envio de ajuda incondicional.
Vários veículos de imprensa informaram que aviões norte-coreanos foram abastecidos com suprimentos em aeroportos da China, enquanto os regimes de Rússia e Coreia do Norte entraram em acordo pelo envio de ajuda.
*EFE
Leia também1 Kim Jong-un: Surto de Covid deixa país em “turbulência”
2 ONU: Mundo está cada vez mais perto de catástrofe climática
3 EUA suspendem algumas sanções contra a Venezuela
4 Venezuela aceitará investimento estrangeiro em estatais
5 Macron nomeia ministra da órbita socialista como premiê