Militar atuava em negociações políticas e militares com o país vizinho
Uma das figuras mais famosas do Irã e tido no país como um herói nacional, Qasem Soleimani, o general morto na madrugada desta sexta-feira (3), após um ataque ao aeroporto de Bagdá, era considerado um dos homens mais poderosos da nação persa, segundo especialistas. O militar, que tinha 62 anos, se tornou recentemente uma grande estrela nas redes sociais e era um homem chave da influência iraniana no Oriente Médio.
O general estava atualmente no comando da Força Qods da Guarda Revolucionária, unidade responsável pelas operações da República Islâmica no exterior e mostrou forte participação na formação de um novo governo no Iraque. Soleimani também era o escolhido para solucionar alguma situação política ou militar relevante com os iraquianos, como foi o avanço do Estado Islâmico (EI) ou o referendo para independência do Curdistão.
Leia também
1 Trump quebra o silêncio após morte de general iraniano
2 Bolsonaro diz que ataque dos EUA vai impactar combustível
3 Irã fala em vingança após ataque que matou general
Soleimani começou a aparecer com destaque na imprensa a partir de 2011, quando teve início a guerra na Síria, onde o Irã ajuda o regime do presidente sírio Bashar al-Assad. Ele frequentemente surgia em fotos nos campos de batalha, documentários e até foi representado em animações e vídeos musicais. O comandante da Guarda Revolucionária também esteve no Líbano, com o Hezbollah xiita, durante o conflito entre os libaneses e Israel em 2006.
Em uma pesquisa recente realizada pelo instituto IranPoll e a Universidade de Maryland, Soleimani recebeu 83% da opinião favorável dos iranianos, índice melhor que o registrado pelo presidente do Irã, Hassan Rohani, e pelo ministro das Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif, o que mostrou a força dele não somente entre os militares, mas também entre os civis iranianos.