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Como a flexibilização da quarentena afetou a poluição?

Pesquisadores discutem índices de poluentes em vários países

Camille Dornelles - 16/06/2020 10h28

Poluição na China reduziu depois do surto de coronavírus Foto: Reprodução

Ao contrário do que o senso comum aponta, a flexibilização da quarentena não elevou os níveis de poluição. Pelo menos foi o que aconteceu em cidades europeias avaliadas pelo Centro Europeu de Previsões Meteorológicas a Médio Prazo.

O centro realizou um estudo pelo Serviço de Monitoramento Atmosférico Copernicus para avaliar se a volta das atividades elevaria os níveis da poluição, que chegaram a valores baixíssimos nos primeiros meses da quarentena geral.

Mas o resultado não mostrou um aumento claro dos níveis de substâncias poluentes na Europa. O cientista Mark Parrington, do Serviço Copernicus, fez um comparativo ao longo do tempo.

– Entre janeiro e abril houve um declínio nos volumes de substâncias poluentes, como o dióxido de nitrogênio e outras partículas em muitas regiões europeias, enquanto medidas rigorosas de confinamento devido à Covid-19 estavam entrando em vigor. Esperamos ver um aumento à medida que o confinamento for suspenso, mas esse desenvolvimento não se refletiu em nossos dados – declarou.

Para Vincent-Henri Peuch, diretor do Copernicus, “há diferenças na forma como os confinamentos e o relaxamento dessas medidas se manifestam em diferentes partes do mundo”, e, na Europa, “o relaxamento das medidas de confinamento é feito de forma prudente e progressiva, o que implica a continuidade da redução de viagens e transportes relacionados a negócios, por exemplo”.

– Isso é muito importante, pois alguns dos benefícios para a saúde observados durante o período de confinamento derivados da melhora da poluição atmosférica podem ser mantidos permanentemente – disse.

A China, que havia apresentado níveis reduzidos de poluição no início da pandemia, retomou os índices do período de pré-quarentena, segundo o mesmo estudo.

E no Brasil?
Ainda não há um estudo sobre o impacto da flexibilização na poluição no país, mas uma pesquisa do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG), divulgada em abril, analisou os valores globais de poluição na quarentena e discutiu quais os possíveis rumos nacionais.

O professor Arnaldo Freitas declarou que níveis baixos de poluição podem ser mantidos através de outros meios, mesmo com a retomada das atividades.

– Alternativas já poderiam ter sido utilizadas. O uso de tecnologias sustentáveis empregadas no sistema modal, na matriz energética, na reciclagem de materiais, na gestão adequada de resíduos, no projeto de motores automotivos mais eficientes, na gestão pública voltada ao desenvolvimento sustentável, no planejamento ambiental de cidades, na elaboração de políticas públicas voltadas para a gestão socioeconômica e ambiental, pela adoção de instrumentos e incentivos econômicos de mecanismos ambientais, entre outros – explicou.

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