Comitê do Prêmio Nobel “passa longe” das vacinas anticovid
Ganhadores em diversas áreas estão sendo anunciados nesta semana
Pleno.News - 07/10/2021 18h31 | atualizado em 08/10/2021 12h26

Na segunda edição do Nobel realizada durante a pandemia de Covid-19, parte da comunidade acadêmica e alguns leigos apostavam em uma premiação relacionada ao desenvolvimento da nova tecnologia de vacina de RNA mensageiro.
Ela foi usada pela primeira vez na prevenção ao Sars-CoV2 e é apontada como uma revolução biotecnológica na área dos imunizantes. Essa expectativa, no entanto, até agora foi frustrada.
O prêmio este ano ainda não foi concedido na área da Medicina nem da Química. Talvez também não seja nesta sexta-feira (8), quando será anunciado o Nobel da Paz. Segundo especialistas, isso já era esperado.
Tradicionalmente, a academia sueca leva anos, até décadas, para premiar uma descoberta. As vacinas contra a Covid-19 foram desenvolvidas no calor da pandemia, nos últimos dois anos. Era um vírus novo.
Mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo já receberam os imunizantes da Pfizer/BionTech e da Moderna, que usam a nova tecnologia. Os produtos excederam US$ 50 bilhões em vendas somente este ano.
– Até agora todas as vacinas eram feitas com fragmentos de vírus inativados ou vírus atenuados – explicou o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri.
– Esta é a primeira vez que se consegue enviar uma instrução genética para que o nosso organismo produza o antígeno – completou.
Criado há 120 anos, o Nobel tem por objetivo premiar os pesquisadores que apresentaram “os maiores benefícios para a humanidade”. É uma categoria na qual as criadoras da nova tecnologia de vacinas se enquadrariam.
A academia, porém, costuma esperar que as descobertas estejam definitivamente consolidadas. Também aguarda que seu impacto possa ser devidamente mensurado. Só então lhe concede a láurea.
Os nomes que apareceram como favoritos na lista de apostas deste ano eram os das cientistas Katalin Kariko e Drew Weissman, da Universidade da Pensilvânia, nos EUA. Seus trabalhos com RNA abriram o caminho para o desenvolvimento das vacinas da Pfizer/BionTech e da Moderna contra a Covid.
*Com informações da AE
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