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Com vacina, Israel reduz casos de Covid e tenta retomar rotina

País lidera mundialmente a vacinação contra o vírus com 40% da população já imunizada

Pleno.News - 14/02/2021 17h41 | atualizado em 15/02/2021 12h40

Campanha de vacinação começou em dezembro Foto: EFE/EPA/Abir Sultan

Pelo menos 3,7 milhões de israelenses já haviam recebido, até sexta-feira (12), a primeira dose da vacina da Pfizer/BioNTech e 2,4 milhões, a segunda dose. Os números podem parecer insignificantes quando comparados a um país como o Brasil, que tem mais de 210 milhões de habitantes, mas, para Israel, eles representam mais de 40% da população (de 9 milhões de pessoas) imunizada.

A campanha de vacinação começou em 19 de dezembro, e os resultados apareceram quase dois meses depois. Dados recentes do Ministério da Saúde revelam uma queda no número de mortes, nos últimos dias, e também do coeficiente de infecção, que caiu para 0,88, o menor em três meses. Esse número mostra como a doença se espalha entre a população e, quando é menor ou igual a 1, espera-se uma queda no total de infecções.

De acordo com Eran Segal, biólogo do Instituto de Ciência Weizmann, desde o pico, em meados de janeiro, houve uma redução de 38% no número de pacientes em estado grave e de 40% nas mortes entre a população com mais de 60 anos. Há também 58% menos idosos hospitalizados e 44% menos internações em geral. Trata-se do menor número de novos casos em cinco semanas, segundo as médias móveis do Ministério da Saúde. Israel tem até agora 718.746 casos de contágio e 5.304 mortes.

Um balanço recente da Maccabi, uma das maiores operadoras de saúde do país, com mais de 2,5 milhões de filiados, também é animador. Menos de 0,1% dos segurados que receberam a segunda dose da vacina contra a Covid-19 contraíram o vírus, apontando que a eficácia atual da imunização em Israel é de 93% após o recebimento da segunda dose, número próximo dos 95% prometidos pela Pfizer. A operadora também revelou que os pacientes que foram infectados mesmo depois de imunizados tiveram apenas sintomas leves, como dores de cabeça, tosse ou fadiga.

NORMALIDADE
Apesar dos bons números, a população de Israel segue com uma rotina de quarentena. O transporte público só pode operar com 50% da capacidade, as reuniões estão restritas a até 5 pessoas em ambientes fechados, e até 10 pessoas ao ar livre, tendo o limite aumentado em casos de funerais, casamentos e cerimônias judaicas para até 10 pessoas em ambientes internos, e até 20, em ambientes externos.

Shoppings e lojas de rua permanecem fechados. Reservas naturais, parques nacionais, locais históricos e memoriais só podem ser visitados do lado de fora, no pátio. Bares e restaurantes não podem receber clientes dentro do estabelecimento, sendo que os pedidos precisam ser feitos por telefone, internet ou na porta, por meio de painel eletrônico, sem contato direto com o atendente.

A professora Malkie Bina, imunizada com as duas doses há três semanas, afirmou que precisaria ir aos EUA visitar parentes, mas sabe que isso não acontecerá tão cedo.

– O país está certo. Temos de nos manter cautelosos. Existem mutações [do vírus] surgindo o tempo todo. Continuo usando minha máscara, mantendo o distanciamento social e levando minha filha para passear em lugares abertos – afirmou

O advogado Amiram Bogot também afirmou estar ciente de que a máscara e o distanciamento social continuarão presentes na rotina dele. Mesmo assim, disse estar aliviado por ter sido imunizado.

– Sou muito sortudo por fazer parte da população que recebeu, antes das outras nações, as duas doses da vacina contra o coronavírus. Meu pai, de 87 anos, também já tomou as duas doses, e agora podemos aproveitar o jantar do Shabat juntos em casa, com meus filhos também – contou.

Para a professora Diane Levin, diretora nacional de educação e promoção do sistema de saúde Clalit, o maior de Israel, mesmo vacinada, a população terá de ter paciência por mais um tempo.

– Esse é um vírus que está sofrendo mutações, tentando ser mais esperto que nós. É algo que nunca enfrentamos antes. Por isso, temos de ser vigilantes. Estamos tentando dar um passo à frente dele.

O ritmo de vacinação em Israel chegou a desacelerar quando a campanha foi estendida a todo o público acima de 16 anos, a partir de 4 de fevereiro. Em um período de duas semanas, os números diários de pessoas que receberam a primeira dose caíram de 69 mil para 21 mil. A situação começou a mudar, e, em 10 de fevereiro, cerca de 78 mil pessoas tomaram a primeira dose da vacina.

INCENTIVO
Para continuar incentivando a população a se vacinar, o Ministério da Saúde está emitindo um “Passaporte Verde” para quem tiver completado sete dias após a administração da segunda dose, excluindo o dia da vacinação. O documento tem validade de 6 meses.

Entre os benefícios estão a desobrigação de isolamento em caso de contato com um paciente com coronavírus e de cumprimento de quarentena, quando o portador do documento voltar de alguma cidade ou país de risco.

ISRAELENSES TESTAM 2 REMÉDIOS PROMISSORES CONTRA A COVID
Além de liderar mundialmente a vacinação contra o coronavírus, Israel também foi destaque na imprensa internacional nos últimos dias em razão de dois medicamentos que teriam grandes chances de curar casos moderados a graves de Covid-19, conforme revelado por pesquisadores.

Um deles é o EXO-CD24, que está sendo desenvolvido pelo Centro Médico de Ichilov, de Tel-Aviv. O medicamento para inalar, testado inicialmente para tratamento de câncer, acaba de passar pela primeira fase da pesquisa. Trinta pacientes com Covid-19, em estado moderado e grave, receberam a medicação. Desses, 29 tiveram alta após um período de três a cinco dias de tratamento. O trigésimo paciente testado também foi curado, mas depois de um período maior de recuperação.

Durante um encontro com o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, na semana passada, Nadir Arber apresentou os dados da pesquisa e falou sobre o planejamento para a segunda fase dos testes, que levará mais algumas semanas e contará com um número maior de voluntários.

Netanyahu se mostrou bastante entusiasmado com a perspectiva de sucesso do tratamento.

– Se der certo, isso será [algo] enorme, simplesmente enorme. Isso é de importância global, é incrível. Esta pequena coisa pode mudar o destino da humanidade – disse o primeiro-ministro, na ocasião.

O segundo medicamento que também foi anunciado como promissor no tratamento contra a Covid-19 é o Allocetra, que acabou de passar pela segunda fase de testes no Hadassah Medical Center, em Jerusalém.

Em uma das etapas, 16 pacientes receberam o medicamento experimental, 9 deles em estado grave e 7 em estado crítico. Após 28 dias, nenhum deles morreu, e 14 pacientes receberam alta do hospital. Os outros dois permanecem no hospital, em respiradores, na unidade de terapia intensiva.

O Alloctera atua de forma similar ao EXO-CD24, contendo a resposta inflamatória do sistema imunológico, e entrou agora na fase 3 de testes, quando será administrado em mais cem pessoas.

*Estadão

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