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“Bruxos” condenados há quase 400 anos são absolvidos nos EUA

Senado pediu desculpas pelo "erro judiciário"

Pleno.News - 28/05/2023 16h02 | atualizado em 29/05/2023 13h20

(Imagem ilustrativa) Foto: Pixabay

Os senadores do estado de Connecticut, nos Estados Unidos, votaram, na última quinta-feira (25), pela absolvição de 12 pessoas – 11 dos quais foram executados – condenadas por bruxaria há 370 anos, durante a época colonial.

A proclamação de inocência do grupo foi anunciada pela associação CT Witch Trial Exoneration Project, que inclui entusiastas de história e descendentes dos absolvidos.

O Senado votou 33 a 1 a favor da resolução e pediu desculpas pelo “erro judiciário” que ocorreu durante 15 anos do período colonial do estado. A associação CT Witch Trial Exoneration disse estar “extasiada, satisfeita e grata” pela decisão dos senadores.

Onze acusados – nove mulheres e dois homens – foram enforcados após julgamentos naquele estado ocorridos em meados do século 18. Outro recebeu um indulto.

Centenas de pessoas, predominantemente mulheres, foram acusadas de bruxaria na região de Nova Inglaterra, que abrange os estados de Maine, Vermont, Nova Hampshire, Massachusetts, Connecticut e Rhode Island.

A perseguição às bruxas aconteceu principalmente na cidade de Salem, em Massachusetts, em uma época em que a área era dominada por superstição.

Muitas vezes, as acusações começavam com situações como uma briga, ou com a morte de uma criança ou de uma vaca. Segundo apontaram os favoráveis à absolvição, grande parte das executadas como bruxas eram mães solteiras e pobres.

Os julgamentos de bruxos de Connecticut ocorreram entre 1647 e 1663 e terminaram cerca de 30 anos antes dos famosos julgamentos das bruxas de Salem. Trinta e quatro pessoas foram acusadas de bruxaria em Connecticut, segundo o projeto CT.

Eles apontaram que a decisão coincidiu com a véspera do 376º aniversário do primeiro enforcamento de bruxas na Nova Inglaterra, o de Alice Young.

VOTO CONTRÁRIO
O senador estadual republicano Rob Sampson deu o único voto negativo. Ele disse que era errado e infantil sugerir “de alguma forma, temos o direito de ditar o que era certo ou errado sobre períodos do passado dos quais não temos conhecimento”.

– Não quero ver projetos de lei que tentam, com ou sem razão, pintar a América como um lugar ruim com uma história ruim. Quero que nos concentremos em onde estamos indo, que é um futuro melhor e mais brilhante. E não quero ver ninguém tentar manchar o país que amo – acrescentou Sampson.

Os defensores da resolução, por sua vez, argumentaram que é importante aumentar a conscientização pública sobre os julgamentos de bruxas em Connecticut, que ocorreu décadas antes dos infames julgamentos das bruxas de Salem em Massachusetts.

– É importante corrigir os erros do passado para que possamos aprender com eles e seguir em frente e não repetir esses erros – disse Joshua Hutchinson, da cidade de Prescott Valley, no Arizona, que traçou sua ascendência às mulheres acusadas em Salem.

A resolução, que lista as nove mulheres e dois homens que foram executados e a única mulher que foi condenada e recebeu indulto, já foi aprovada na Câmara dos Deputados por 121 votos a 30. Por ser uma resolução, não precisa da assinatura do governador.

No ano passado, o primeiro-ministro da Escócia emitiu um pedido formal de desculpas aos estimados 4 mil escoceses, a maioria mulheres, que foram acusados de bruxaria até 1736. Destes, cerca de 2,5 mil foram mortos.

No ano passado, um membro do parlamento escocês pediu o perdão póstumo a eles. Em 2022, os legisladores de Massachusetts exoneraram formalmente Elizabeth Johnson Jr., que foi condenada por bruxaria em 1693 e sentenciada à morte no auge dos julgamentos das bruxas de Salem.

*AE

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