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Bolívia: Colapso na saúde e falta de oxigênio asfixiam cidades

Santa Cruz de la Sierra e Cochabamba são os municípios mais afetados pela terceira onda da Covid-19 no país

Pleno.News - 27/05/2021 16h21 | atualizado em 27/05/2021 17h34

Oxigênio hospitalar
Diariamente, longas filas de pessoas e de veículos se formam em frente à fábrica de oxigênio, à espera de ao menos um cilindro Foto: Freepik

A falta de oxigênio medicinal, a alta taxa de ocupação das unidades de terapia intensiva (UTI) e a escassez de medicamentos começaram a asfixiar as cidades de Santa Cruz de la Sierra e Cochabamba, as mais afetadas pela terceira onda da Covid-19 na Bolívia.

A 55 quilômetros de Cochabamba, em Arbieto está a fábrica Oxígeno del Valle, que opera 24 horas por dia e faz “milagres” para tentar abastecer a crescente demanda por oxigênio, explicou à Agência Efe o chefe da unidade, Amílcar Huanca.

Esta fábrica tem capacidade para recarregar dez cilindros por hora, com um total de 240 por dia, mas o procedimento é dificultado porque os equipamentos precisam descansar por ao menos uma hora.

– Mas, mesmo com tudo isso, não conseguimos abastecer toda a população. Há muita demanda. Não sei como as outras empresas estão fazendo; se estão ou não atendendo [às demandas]. Estamos fazendo o nosso trabalho, mas estamos sendo muito exigidos – analisou.

Diariamente, longas filas de pessoas e de veículos se formam em frente à fábrica, à espera de ao menos um cilindro de oxigênio.

– Eu já estive aqui umas três vezes. Na primeira, eram 20 carros [durante] a manhã inteira. Era suportável. Mas, quando a família precisa de muito oxigênio e um cilindro por dia, não dá conta. Fica desesperador – disse Raúl, um dos que esperavam em frente à fábrica desde a madrugada.

SATURADOS E SEM MEDICAMENTOS
A situação é similar em Santa Cruz de la Sierra, a maior cidade boliviana e a mais afetada pela pandemia de Covid-19, onde as filas intermináveis por oxigênio se somam à escassez de medicamentos e ao colapso das UTIs.

É o caso do Hospital Japonês, cuja UTI ficou lotada durante a terceira onda, fenômeno que tem deixado a equipe de saúde “mais estressada”, principalmente porque estão chegando mais jovens do que nos picos anteriores, segundo a enfermeira Sandra Ríos.

– Não pensávamos que teria tanta gente jovem na UTI – comentou Ríos, que também lamentou o “colapso do serviço” e o cansaço dos profissionais.

Outro problema é a escassez de medicamentos, sobretudo sedativos como fentanil, midazolam e atracúrio, que são difíceis de encontrar nas farmácias ou são vendidos no privado a preços muito elevados. Estes medicamentos são “indispensáveis” para tratar pacientes com Covid-19 “porque têm de ser sedados” a fim de “recuperar a parte pulmonar”, disse Ríos.

A Associação das Redes de Farmácias confirmou há alguns dias a escassez de cerca de 20 medicamentos, atribuída à “falta de abastecimento” por parte dos importadores e laboratórios, e afirmou que está tomando as medidas necessárias para evitar esta situação.

O governo boliviano anunciou que dois caminhões-cisterna com 20 toneladas de oxigênio estão a caminho do país para abastecer as regiões com as maiores necessidades.

A Bolívia acumula 358.562 casos de Covid-19 e 14.226 mortes por complicações da doença desde março de 2020.

*EFE

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