Bandeira do Afeganistão desfila sozinha nas Paralimpíadas
Atletas não puderam viajar para Tóquio após o país ser tomado pelos talibãs
Pleno.News - 24/08/2021 10h46 | atualizado em 24/08/2021 11h06
A bandeira do Afeganistão desfilou nesta terça-feira (24) em um ato solitário durante a Cerimônia de Abertura dos Jogos Paralímpicos de Tóquio, em homenagem aos atletas que ficaram fora do evento por não conseguirem viajar para a capital japonesa, depois que o país foi tomado pelos talibãs.
O símbolo afegão surgiu logo depois do início do tradicional desfile dos atletas, realizado no Estádio Nacional de Tóquio, que foi aberto pela equipe de refugiados, seguido pela Islândia.
Como já havia acontecido na abertura dos Jogos Olímpicos, a ordem de entrada das delegações foi determinada pelo alfabeto japonês.
A bandeira do Afeganistão surgiu carregada por um voluntário, segundo a organização, como um gesto de solidariedade ao país, que tem os voos comerciais suspensos e onde seguem os trabalhos de evacuação de pessoas que estiveram ligadas às tropas internacionais durante 20 anos de guerra.
Inicialmente, estava previsto que um representante do Alto Comissariado das ONU para os Refugiados (Acnur) ostentasse o símbolo nacional durante a cerimônia. No entanto, os organizadores dos Jogos optaram por um ato mais neutro, segundo explicou hoje Craig Spence, diretor de comunicações do Comitê Paralímpico Internacional (IPC).
Zakia Khudadadi, do taekwondo, e Hossain Rasouli, do atletismo, por exemplo, tinham confirmado sua participação nos Jogos, mas não conseguirão desembarcar em Tóquio devido ao bloqueio dos voos comerciais a partir do aeroporto internacional de Cabul e por causa da situação de insegurança no Afeganistão.
Khudadadi, que seria a primeira mulher a representar o país no evento, na semana passada chegou a publicar nas redes sociais um vídeo em que aparecia pedindo ajuda para conseguir participar dos Jogos Paralímpicos de Tóquio.
O único afegão que estará no evento será o nadador Abbas Karimi, que integrará a equipe olímpica de refugiados, já que deixou o país natal com apenas 16 anos.
*EFE
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