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Autor de ataque em Londres era terrorista reincidente

De acordo com a polícia, homem também agiu sozinho

Henrique Gimenes - 30/11/2019 21h09

Ataque deixou duas pessoas mortas na Ponte de Londres Foto: EFE/Facundo Arrizabalaga

O responsável por um ataque que deixou duas pessoas mortas na London Bridge nesta sexta (29), na capital inglesa, agiu sozinho, de acordo com a polícia antiterrorismo britânica.
Usman Khan, 28, foi contido por pessoas que passavam pelo local e, em seguida, morto por policiais. Duas pessoas ficaram mortas e três, feridas.

Conhecido das autoridades locais, ele havia sido preso em 2012 acusado de crime de terrorismo e solto no fim de 2018 em condicional –tendo que cumprir obrigações junto à instituição e usar tornozeleira eletrônica.

Ao saber disso, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson afirmou neste sábado (30) que pessoas condenadas por crimes de terrorismo devem cumprir pena de prisão completa. Johnson é cotado para conquistar a maioria das cadeiras do Parlamento nas eleições de 12 de dezembro, segundo pesquisa do instituto YouGov.

A questão da soltura de Khan desencadeou uma discussão entre os partidos Conservador e Trabalhista sobre quem teria a responsabilidade de colocar em liberdade um indivíduo considerado perigoso e condenado por terrorismo.

Nove anos antes de Usman Khan cometer o atentado na London Bridge, ele teve uma conversa ouvida pelo serviço secreto de segurança britânico discutindo como usar um manual da Al Qaeda para fazer uma bomba caseira.

Foi o trecho da conversa, juntamente com outras informações da inteligência sobre um plano de realizar um atentado na Bolsa de Valores de Londres, que levou a polícia britânica a prender Khan, então com 19 anos, e um grupo de homens mais velhos.

Ele foi condenado a um mínimo de oito anos de prisão em 2012, com a exigência de que o conselho de liberdade condicional avaliasse seu perigo à sociedade antes de sua soltura.

Khan foi, porém, liberado em dezembro de 2018 sem uma avaliação do conselho de liberdade condicional.

A razão que levou Khan ao ataque não é clara, mas nesta sexta (29), ele vestiu um colete suicida falso, armou-se com facas e participou de uma conferência sobre reabilitação de prisioneiros ao lado da London Bridge.

Neste sábado (30), o Estado Islâmico (EI) afirmou que o ataque foi executado por um de seus combatentes –ainda que não exista nenhuma evidência que comprove a afirmação.

Khan, britânico com família originária da Caxemira, radicalizou-se ao ter contato com uma campanha na internet realizada pela Al Qaeda na Península Arábica –e, em particular, pelo militante Anwar al-Awlaki, clérigo radical e dirigente do braço da Al Qaeda no Iêmen.

Ele era parte de um grupo de militantes da cidade inglesa de Stoke, que tinha relações com militantes de Londres e Cardiff. Esses grupos tinham planos de colocar uma bomba em um banheiro da Bolsa de Valores de Londres.

Khan discutia ataques a bomba em pubs e também participava de um plano de manter um plano ao lado de uma mesquita na Caxemira para treinar militantes jihadistas.

Quando foi preso, em 2012, Khan era considerado perigoso e por isso foi enquadrado no chamada Prisão por Proteção Pública (IPP), com uma sentença indeterminada de oito anos.

Isso significa que Khan poderia ficar preso enquanto representasse um perigo à sociedade. Mas, em 2011, o primeiro-ministro David Cameron anunciou uma revisão à IPP e ela foi abolida no ano seguinte.

Khan, mais tarde, recorreu da sentença e em 2013 os juízes do tribunal de apelação anularam o período indeterminado de encarceramento e ele recebeu uma sentença de 16 anos –o que significa que ele poderia ser libertado depois de cumprir apenas metade de sua sentença.

Os juízes do Tribunal de Apelação disseram, naquela época, que o Conselho de Liberdade Condicional deveria determinar quando condenados nesta situação poderiam ou não serem soltos. O Conselho de Liberdade Condicional disse neste sábado (30) que não estava envolvido na decisão de soltar Khan.

Antes do atentado desta sexta (29), a London Bridge foi palco de um ataque em junho de 2017, quando três militantes jogaram uma caminhonete sobre pedestres e, na sequência, atacaram com facas transeuntes no Borough Market, matando oito pessoas e ferindo outras 50.

*Folhapress

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