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Ataque à ambulância do Médicos Sem Fronteiras mata paciente

Veículo transportava feridos de bombardeios ocorridos no último domingo (3). MSF pede aos grupos envolvidos no conflito que respeitem a ação médico-humanitária e a população civil.

Pierre Borges - 07/01/2021 18h02 | atualizado em 08/01/2021 14h29

Veículos de MSF em missão de emergência no Círculo de Koro, no Mali Imagem: Médico Sem Fronteiras

Nesta terça-feira (5), homens armados pararam uma ambulância da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) que transportava pacientes na região central de Mali, na África. Segundo a assessoria do MSF, os homens amarraram, agrediram e deixaram os pacientes expostos ao sol durante horas até, finalmente, libertá-los. A ação resultou na morte de um dos pacientes.

A ambulância, identificada pelo logo do MSF, estava a caminho do hospital geral, em Sévaré, com três pacientes gravemente feridos no atentado do último domingo (3), na região de Douentza. Uma enfermeira do Ministério da Saúde, um zelador e um motorista também estavam no veículo. Um dos pacientes, um homem de aproximadamente 60 anos, não resistiu e morreu durante a ação.

A assessoria do MSF informou por nota que “condena veementemente essa grave obstrução à assistência médica e conclama todas as partes no conflito a respeitarem a ação humanitária e médica e a população civil”.

O chefe da missão do Médico Sem Fronteiras em Mali, Juan Carlos Cano, também pediu respeito e afirmou que os médicos devem poder transportar os pacientes em segurança.

– Estamos muito chocados e pedimos às partes [envolvidas] no conflito que respeitem as ambulâncias, a equipe médica, os pacientes e seus cuidadores. Os veículos médicos devem ter permissão para transportar os pacientes com segurança – informou

Nesta quarta-feira (6), a ambulância do MSF conseguiu fazer o transporte dos pacientes para o hospital em Sévaré. Os outros dois pacientes que estavam no veículo estão agora sob cuidados médicos na instalação.

No início desta semana, equipes de MSF trataram de vários pacientes gravemente feridos no centro de saúde de referência de Douentza, após o ataque a bomba nas aldeias Douentza e Sévaré. Os pacientes, a maioria homens idosos, tiveram ferimentos decorrentes de explosões, estilhaços de metal e tiroteios.

O Mali vive um conflito entre as Forças Armadas Francesas e extremistas islâmicos que já perdura por anos. A França nega a autoria do bombardeio.

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