Jade Nunes - 07/12/2018 10h05

Tocada pelas histórias dos prisioneiros de Auschwitz, considerado o maior campo de concentração nazista, a artista mineira Marina Amaral resolveu colorir as fotografias e, dessa forma, humanizar o registro destas pessoas.

– Eu tinha feito uma proposta ao Memorial de Auschwitz, que guarda as fotos dos prisioneiros, em 2016. Mas o pessoal ficou um pouco receoso. Só que quando eu postei a foto daquela menina de 14 anos na internet, eles viram que o trabalho era legal. Depois, até replicaram e aí consegui ter acesso ao material – explica Mariana.

A menina a que ela se refere é Czeslawa Kwoka, de 14 anos, prisioneira do campo de concentração e morta em 1943. O Memorial e Museu de Auschwitz-Birkenau, na Polônia, liberou quase 40 mil fotografias para a artista brasileira. Até o momento ela coloriu 25, já que cada arquivo leva duas horas para ficar pronto no photoshop.

– É preciso fazer uma pesquisa para tentar encontrar as cores mais parecidas com a realidade. No caso das fotos do campo de concentração há uma facilidade. O uniforme é padrão, né? Para saber a cor da pele, dos olhos, dos cabelos, há documentos que descrevem as características de cada prisioneiro. No certificado de óbito também é possível encontrar esses detalhes. A gente também buscar saber de que cor era o triângulo bordado no uniforme que identificava os prisioneiros – conta a mineira que esteve em Auschwitz em 2018 para conhecer o museu e gravar um documentário.

Importante lembrar que o movimento nazista não perseguia apenas judeus, mas também ciganos, homossexuais, artistas, pessoas com deficiência física ou mental, além de outros cidadãos marginalizados. O documentário ainda não tem data de estreia, mas as fotografias podem ser conferidas no site.

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