Argentina registra 251 vítimas de feminicídio em 2021
Dados constam em relatório divulgado nesta terça pelo Gabinete da Mulher da Suprema Corte de Justiça
Pleno.News - 31/05/2022 16h31 | atualizado em 31/05/2022 17h23

A Argentina registrou 251 vítimas de violência de gênero em 2021. O número indica a média de um feminicídio a cada 35 horas, de acordo com um relatório divulgado nesta terça-feira (31) pelo Gabinete da Mulher da Suprema Corte de Justiça.
Do total de feminicídios, 231 foram vítimas diretas e 20 foram vinculadas, segundo o relatório elaborado com dados estatísticos de processos judiciais que investigam mortes violentas por razões de gênero.
A idade média das vítimas diretas de feminicídio no ano passado foi de 37,3 anos: a faixa etária com maior número de vítimas diretas foi entre 25 e 44 anos (116 casos), depois entre 18 e 24 anos (36 vítimas) e após mais de 60 anos (32 casos). Além disso, 182 crianças e adolescentes foram responsáveis por vítimas diretas de feminicídio.
Segundo o relatório, em 88% dos casos a vítima conhecia o perpetrador, em 39% dos casos a vítima vivia com o suspeito e em 62% dos casos era companheiro ou ex-companheiro. Pelo menos 42% das vítimas haviam denunciado o perpetrador.
Quatro das vítimas eram pessoas com deficiência, cinco eram sem-teto, seis estavam grávidas, sete estavam em situação de prostituição, 12 eram migrantes internacionais e pelo menos 22 estavam desaparecidas ou perdidas antes da confirmação do feminicídio.
A Suprema Corte considerou que 81% dos feminicídios diretos aconteceram em um contexto de violência doméstica e que o maior número ocorreu durante os finais de semana prolongados (de sexta à noite até segunda de manhã).
Ao todo, 75% das vítimas diretas de feminicídio foram assassinadas dentro de casa: 39% compartilhavam com o perpetrador, 25% no próprio domicílio, 8% na residência do suspeito e 3% em outros domicílios.
Em relação às armas utilizadas para cometer o feminicídio, em 31% dos casos foi utilizada faca; em 25% armas de fogo e em 24% força física. Em alguns casos, mais de um meio foi usado.
A idade média dos feminicídios foi de 40,4 anos, acrescentou o relatório.
De acordo com a Suprema Corte, 93% dos envolvidos em casos de feminicídio direto foram identificados: em 31 de dezembro de 2021, 66% estavam privados de liberdade com processos pendentes ou sentenciados; 19% cometeram suicídio; 1% morreu por outras causas; 4% estavam em liberdade; 3% estavam em outras situações ou não havia dados a esse respeito, e os 7% restantes permaneceram não identificados na data limite.
*EFE
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