Argentina começa a julgar caso de estupro mais antigo do país
Caso havia sido arquivado por prescrição, mas voltou à tona
Pleno.News - 10/05/2021 18h21 | atualizado em 11/05/2021 12h01
O julgamento do caso de abuso sexual mais antigo da esfera jurídica da Argentina teve início nesta segunda-feira (10), na província de Chaco. Duas mulheres denunciaram crimes ocorridos quando eram crianças, nas décadas de 1970 e 1980, por parte de um ex-deputado que morreu em 2018 e de sua esposa.
Na primeira audiência, transmitida ao vivo, foram lidas as duas acusações contra a esposa do ex-deputado Noemí Lucía Alvarado, de 82 anos, presente na sala, feitas por Rosalía Alvarado, de 46 anos, sua sobrinha, e María Belén Duet, que escutaram virtualmente.
Os fatos supostamente ocorreram quando as denunciantes tinham seis e três anos, mas a denúncia formal só foi feita em 15 de junho de 2016, após a reforma da lei nacional 27.206, chamada de “Respeito ao Tempo das Vítimas”, que cancelou a prescrição do crime de abuso sexual na infância.
O caso chegou a ser arquivado por ser considerado prescrito, mas voltou a repercutir depois da morte do ex-deputado Daniel Pacce.
Em 28 de abril deste ano, a Câmara dos Deputados de Chaco aprovou, por unanimidade, uma resolução com a qual expressou “complacência e apoio” para que o julgamento fosse iniciado no dia 10 de maio.
DECLARAÇÕES
– Todos os fatos denunciados contra mim por Rosalía Alvarado e Belén Duet são falsos. Nunca aconteceram – disse nesta segunda Noemí Alvarado, acusada de ser autora de abuso desonesto e corrupção de menores.
Sobre os fatos relatados por Rosalía, Noemí Alvarado alegou que “não estava em casa, motivo pelo qual os fatos narrados nunca poderiam ter acontecido”.
– Quero dizer que os fatos que ela relata, fábula onde diz que eu a levei para o quarto, para o quarto enquanto o meu marido estava lá e houve abusos. Isso nunca aconteceu, nunca aconteceu. Em segundo lugar, nunca tive relações íntimas na frente de Rosalía, de Belén, ou de qualquer outra pessoa – argumentou Noemí.
Em relação às denúncias de Belén, a acusada disse que “não tinha qualquer relação com ela, nem para brincar com ela, nem para falar com ela, nem para levá-la para o quarto e fazer tudo o que ela denuncia”.
Na quinta-feira, será a vez dos depoimentos de Rosalía Alvarado e Belén Duet, que integram a organização Enfim Justiça, que milita pelo julgamento e pela punição dos autores de crimes contra a integridade sexual de menores. O julgamento ainda deve contar com depoimentos de outras 24 testemunhas.
*EFE
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