Pierre Borges - 27/08/2021 13h12 | atualizado em 14/10/2021 14h08

Após o atentado do Estado Islâmico que matou pelo menos 92 pessoas no aeroporto de Cabul na última quinta-feira (27), morreu também parte da esperança da população afegã de deixar o país. Dois deles, Masood Habibi, de 29 anos, e Bushra Masomi, de 17 anos, disseram, em entrevista ao G1, que acreditam ser “impossível” eles conseguirem deixar o território.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, informou que manterá os serviços de evacuação do Afeganistão somente até o dia 31, tornando o prazo curto para os que desejam fugir do Talibã.

Masood morava em São Paulo até 3 meses atrás, quando voltou ao seu país de origem para tentar trazer sua família, composta por irmão, esposa, filho e Bushra, sua cunhada. Os pedidos de visto brasileiro, porém, foram negados.

– Não estou esperançoso. Serei deixado para trás junto com minha família e sei disso. Temos apenas 3 dias. É impossível nós sairmos – desabafa Masood.

Com medo da violência talibã, a família está trancada em casa há 12 dias. Bushra ainda disse ao site que o medo ficou ainda maior depois do atentado, cujo som das explosões pôde ser ouvido por eles.

– Ouvimos as explosões no aeroporto. Estamos muito próximos. O medo agora é muito, muito maior. A situação se tornou ainda mais crítica – disse a mulher, que mora há cerca de 7 km do aeroporto.

Masood chegou a contatar a Embaixada do Brasil no Paquistão, responsável pelo atendimento de afegãos, para pedir sua evacuação do país. A resposta que ele obteve foi a de que haveria uma tentativa de inserir sua família na lista de saída, mas que ainda não poderiam “garantir isso”. A instituição reforçou que “a situação no Afeganistão é difícil e imprevisível”.

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