Alunas no Irã são envenenadas para fechar escolas femininas
Vice-ministro da Saúde do país tornou o caso público
Monique Mello - 27/02/2023 13h48 | atualizado em 27/02/2023 16h10
O Ministério da Saúde do Irã denunciou, neste domingo (26), o envenenamento recorrente de alunas de escolas femininas na cidade de Qom, e que o ato é intencional, com a finalidade de forçar o fechamento dessas instituições.
– Descobriu-se que certos indivíduos queriam que todas as escolas, em particular as femininas, fechassem – declarou Younes Panahi, vice-ministro da Saúde.
– O envenenamento foi causado por substâncias químicas disponíveis e não de uso militar, não é contagioso ou transmissível – acrescentou.
Os envenenamentos, por vias respiratórias, têm ocorrido desde novembro do ano passado. Muitas alunas precisaram ser hospitalizadas. Os pais se juntaram em um protesto em frente à administração da cidade, no último dia 14 de fevereiro, pedindo providências das autoridades.
Ali Bahadori Jahromi, porta-voz do governo, se manifestou logo no dia seguinte, anunciando que tanto o Ministério da Educação quando o de Inteligência estavam agindo em conjunto para descobrir a origem dos envenenamentos.
A presidente eleita da Resistência Iraniana, Maryam Rajavi, se manifestou nas redes sociais, na manhã desta segunda-feira (27), citando a Organização das Nações Unidas (ONU).
– É necessária uma ação imediata. Exorto o relator especial das Nações Unidas sobre violência contra as mulheres a emitir um alerta ao regime e iniciar uma investigação. É hora de uma delegação da ONU com urgência e responsabilizar os perpetradores (…). Assim como lutamos contra o hijab obrigatório, devemos exigir uma educação segura para nossas meninas. Levante-se e proteste contra o envenenamento em cadeia de meninas do ensino médio – escreveu a ativista.
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