Ação dos EUA contra terrorista matou 6 crianças, diz denúncia
Ataque foi feito por um drone militar americano
Pierre Borges - 30/08/2021 17h08 | atualizado em 30/08/2021 17h28
Denúncias de afegãos afirmam que o ataque feito no domingo (29) pelos Estados Unidos contra um possível terrorista, membro do Estado Islâmico K, em Cabul, capital do Afeganistão, matou também civis, incluindo crianças. A informação não foi negada pelos EUA.
Os jornais estrangeiros New York Times, Washington Post e CNN conversaram com familiares e vizinhos das pessoas que teriam sido mortas durante o ataque com drone realizado pelos EUA, mas apresentaram dados ligeiramente divergentes sobre as mortes.
De acordo com a CNN, morreram três adultos e seis crianças, sendo uma de apenas dois anos. Já o New York Times informa que, além dos três adultos, sete crianças teriam morrido. Entre os adultos, dois seriam americanos, sendo um deles contratado do exército americano e o outro membro de uma instituição de caridade dos EUA. O Washington Post falou apenas que foram “10 mortos, incluindo crianças”, mas não especificou quantas.
VERSÃO DOS EUA
Os Estados Unidos afirmam que o ataque foi realizado contra um suposto homem-bomba que estava em um veículo, prestes a se explodir no aeroporto. O país admite que inocentes podem ter morrido na ação e que está investigando os relatos.
Em um comunicado, os militares dos EUA disseram, no domingo, que o ataque ao suspeito teria causado “explosões subsequentes significativas”, indicando “a presença de uma quantidade substancial de material explosivo no veículo” e que essas explosões “podem ter causado vítimas adicionais”.
Um fonte informou à Associated Press que o drone americano disparou um míssil contra o veículo e que, logo após a explosão do mesmo, uma bola de fogo bem maior teria surgido, indicando que havia mais explosivos.
O porta-voz do Pentágono, John F. Kirby, garantiu nesta segunda (30) que, se os relatos de morte de civis forem confirmados, o órgão será transparente sobre o assunto.
– Não vou me antecipar, mas, se tivermos informações significativas e verificáveis de que tiramos vidas de inocentes, seremos transparentes sobre isso também. Ninguém quer ver isso acontecer. Mas você sabe o que mais não queríamos que acontecesse? Não queríamos que acontecesse o que acreditamos ser uma ameaça muito real, muito específica e muito iminente ao Aeroporto Internacional Hamid Karzai e às nossas tropas operando no aeroporto, bem como a civis em torno dele e nele, e isso é outra coisa que nos preocupava muito – disse Kirby.
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