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Após 48 anos, pastor confessa ter matado menina de 8 anos

Caso foi solucionado graças a um diário escrito em 1975

Thamirys Andrade - 27/07/2023 16h53 | atualizado em 31/07/2023 19h10

Gretchen Harrington e David Zandstra Fotos: Delaware County District Attorney's Office | Gabinete do procurador distrital do condado de Delaware

O misterioso assassinato de uma menina de 8 anos de idade assombrava o condado de Delaware, na Pensilvânia, há 48 anos. Na última segunda-feira (24), porém, as respostas do caso vieram à tona, chocando a todos: o assassino tratava-se do próprio líder cristão que conduziu o funeral da criança, o pastor David Zandstra. Ele acabou preso no último dia 17 de julho, aos 83 anos.

Segundo informações da BBC, a pequena Gretchen Harrington desapareceu na manhã do dia 15 de agosto de 1975, enquanto ia para um acampamento cristão em Marple Township, na Filadélfia. O evento era organizado pela Trinity Christian Reformed Church, dirigida por Zandstra, em parceria com a Reformed Presbyterian Church, pastoreada pelo pai de Gretchen.

O sumiço da menina foi logo sentido pelos familiares, e o próprio pastor Zandstra relatou o caso para a polícia. Os restos mortais da criança, contudo, só foram encontrados dois meses depois, em um bosque, com sinais de dois ou mais impactos contundentes no crânio.

REVIRAVOLTA
O responsável pela morte, entretanto, não havia sido revelado. A descoberta ocorreu apenas recentemente, graças ao diário da melhor amiga da filha de Zandstra. Os investigadores constataram que as anotações incriminadoras feitas em 1975 apontavam para o líder religioso.

No diário, a até então criança de 10 anos, que frequentava festas do pijama na casa do pastor, relatou que em duas de suas visitas, ele a tocou na região da virilha. Ao relatar o ocorrido para a filha dele, ela teria ouvido da garota que o pai “fazia isso às vezes”.

O diário ainda traz o relato de uma tentativa de sequestro de outra garota, chamada Holly. Nele, a jovem escreveu que não podia contar a ninguém o que sabia, mas que suspeitava do “sr. Z.”, e que acreditava que ele também era o sequestrador de Gretchen.

Ao irem atrás do ex-líder religioso, que atualmente mora na Geórgia, as autoridades o interrogaram e retiraram dele uma confissão. Zandstra contou que ofereceu carona para Gretchen no dia do acampamento de verão e que, no meio do caminho, ele lhe ordenou que tirasse a roupa. Diante da resistência da criança, o homem a feriu mortalmente na cabeça e a abandonou sangrando em um bosque.

No momento, a polícia trabalha para cruzar informações do DNA de Zandstra com o material genético recolhido na cena do crime. Também está comparando os dados com o material colhido em outros assassinatos que seguem sem solução.

– A justiça demorou muito para chegar, mas estamos orgulhosos e gratos por finalmente poder dar uma resposta à comunidade – declarou Jack Stollsteimer, promotor distrital do condado de Delaware, por meio de nota.

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