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YouTube terá que tirar vídeo de Valdemiro Santiago do ar

Nas imagens, apóstolo oferece sementes de feijão por uma oferta de até R$ 1000

Rafael Ramos - 12/05/2020 12h36 | atualizado em 12/05/2020 12h51

Valdemiro Santiago aparece em vídeo oferecendo sementes de feijão Foto: Reprodução

O Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo determinou um prazo de cinco dias para que o Google retire do YouTube os vídeos que mostram o apóstolo Valdemiro Santiago, líder da Igreja Mundial do Poder de Deus, oferecendo sementes de feijão, por uma oferta de R$ 100 a R$ 1000, que seriam uma suposta cura para o coronavírus por meio da fé.

O ofício foi enviado nesta segunda-feira (11) e solicita que a empresa mantenha o material “preservado e acautelado em arquivos e na íntegra”, bem como o número de acessos aos vídeos para “eventuais e futuras providências de responsabilização processuais”.

– O apóstolo Valdemiro Santiago usa de influência religiosa e da mística da religião para obter vantagem pessoal (ou em benefício da igreja), induzindo vítimas em erro, pois não há evidência conhecida de cura da Covid-19 por meio de alguma divindade nem por ingestão ou plantação de feijões mágicos. O noticiado não fala explicitamente em pagamento, pois emprega a palavra-código “propósito”. As vítimas não fariam pagamentos, mas “propósitos”. A despeito do disfarce linguístico, o ardil está claro: os fiéis devem pagar valores predeterminados para obter feijões mágicos que os poderão curar da Covid-19, mesmo em casos graves – afirmou o procurador federal Wellington Cabral Saraiva, da Procuradoria Regional da República da 5ª Região, no Recife (PE).

Além de investigar uma suposta prática de estelionato, também há um possível deboche da boa-fé dos seguidores na visão do procurador federal.

– Não se pode, a título de liberdade religiosa, permitir que indivíduos inescrupulosos ludibriem vítimas vulneráveis e firam a fé pública. Não se trata de coibir as pessoas em geral de professar a fé que desejarem e de cultuar as divindades de sua preferência, na forma de sua escolha. Trata-se de impedir que determinados indivíduos se valham desse conjunto de crenças para obter vantagem econômica ilegítima, valendo-se da crendice alheia, mediante sofisticados esquemas publicitários, psicológicos e tecnológicos – argumentou.

Por meio de nota, a Igreja Mundial do Poder de Deus justificou que a campanha do feijão não se refere à venda de uma “promessa de cura, mas sim o início de um propósito com Deus”. Segundo a igreja, “a semente é uma figura de linguagem, amplamente mencionada nos textos bíblicos, para materializar o propósito com Deus”.

– Nos vídeos não há menção de nenhuma venda, o que rechaçamos veemente, haja vista que trata-se de uma sugestão de oferta espontânea, não tendo nenhuma correlação com venda de quaisquer espécies. A instituição, ao longo de todos esses anos, tem o único e exclusivo propósito de propagação da fé Cristã, onde todas as nossas atitudes se baseiam nos princípios bíblicos, na ética e na legalidade.

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